Coluna Tema Livre
Por Rosan da Rocha - rrocharrosan@gmail.com
Energia elétrica acende a luz vermelha
Não é de hoje que escuto e leio reclamações da falta de energia elétrica em várias cidades de SC.
Ainda se percebe que em zonas rurais ou bairros mais distantes de algumas cidades continua aquela falta de luz recorrente, mormente nos finais de semana, o que faz lembrar da minha infância que todo domingo pela manhã faltava luz na casa em que morava.
Pois bem, na sexta-feira à noite faltou energia elétrica por aproximadamente três horas em mais de 50 mil imóveis e em todos os locais públicos no sul de Itajaí e norte de Balneário Camboriú. Falta esta que se deu em centros urbanos, importantes setores econômicos e turísticos da região. No sábado à tarde novamente veio faltar energia elétrica nestas mesmas regiões por cerca de 45 minutos.
A justificativa da distribuidora de energia - Celesc ( Centrais Elétricas de Santa Catarina) - é que na sexta-feira um transformador pegou fogo na subestação do bairro da Praia Brava, em Itajaí, por alguém ter jogado algo no transformador para desligar a energia e, após, furtar fios de cobre. Inclusive circulou um vídeo nas redes sociais, efetuado por um funcionário sobre tais fatos. No sábado, escrevendo a coluna, leio que mais um incêndio no mesmo local ocasionou novamente a falta de energia, mas não sabem ainda o motivo.
Por tal situação e por outras, já passou da hora dos governos Federal e Estadual acelerarem a privatização das empresas controladas pelo Estado de distribuição de energia elétrica. É flagrante a falta de investimento no setor que acompanhe o crescimento econômico e populacional. A Medida Provisória para privatizar a Eletrobras já foi votada e está na mesa para o presidente assinar. Contudo, com muitos “jabutis” (emendas acrescentando e modificando a proposta original) está levando o governo Federal repensar. Já a Celesc continua com uma grande participação acionária Estatal, apesar de uma empresa portuguesa ter adquirido grande parte das ações. A verdade é que para o bem do Estado e do consumidor a empresa tem que ser vendida, em sua totalidade, para a iniciativa privada.
Em muitas cidades como Balneário Camboriú e Itajaí, o que se vislumbra são subestações antigas, em locais urbanos, com pouco investimento e modernização.
Se realmente a causa do fogo na subestação for a tentativa de furto de fios, como imaginar que um local de suma importância e de grande risco possa estar à mercê de ladrões, sem que tenha uma segurança adequada capaz de evitar tal fato?
O Estado não tem mais competência para ter o controle, administrar e ser o maior acionista das aludidas empresas. Durante muito tempo estas empresas viraram cabides de empregos e curral de muitos políticos. É extremamente necessário modernizar, ter maiores investimentos e, para tanto, passar para as mãos da iniciativa privada.
Em todo o país a energia elétrica acendeu mais uma vez a luz vermelha. A falta de chuvas, combinada com a má gestão e falta de investimento, inclusive em energia alternativa, assombra a população e empresas com um novo apagão, trazendo sérios prejuízos econômicos com a paralisação de atividades produtivas
Ao governo cabe priorizar áreas em que sua atuação é essencial, como saúde, educação e segurança pública. E a sociedade cabe exigir a qualidade nos serviços prestados, já que a conta de luz tem aumentado muito de valor nos últimos tempos, representando um gasto significativo mensal para as famílias brasileiras, mormente as de baixa renda.