Os gestores públicos criticam o método adotado, muitas autoridades e ambientalistas discutem sobre o assunto, tem até pitaco de quem não entende patavina, mas o estrago está feito para o turismo da região.
Esta semana o IMA divulgou mais um relatório de balneabilidade das praias de SC. E nas praias da região o que mais chamou a atenção é que em 10 pontos de coleta da Praia Central de BC, nove foram classificados como impróprios para o banho.
Se for verdade, se espera que sim, pois foi efetuado por um órgão ambiental com técnicos competentes, esta situação é muito ruim para a saúde dos banhistas e, em consequência, para o turismo da cidade.
Cabe ressaltar que Balneário Camboriú é a cidade, se não for a mais, está entre as primeiras de SC, quiçá do País, coberta por rede de esgoto.
Desta feita é urgente a identificação desse grave problema pelos órgãos municipais e informar a população.
Três causas podem estar ocorrendo:
1 - A coleta, por parte do IMA, pode não está sendo feita com cuidados necessários e de acordo com o que preceitua as normas legais;
2 - O problema pode estar diretamente ligado ao Rio Camboriú que vem da cidade vizinha de Camboriú, sendo que esta não possui rede coletora de esgoto satisfatória e muitos de seus moradores jogam os dejetos orgânicos diretamente no Rio, sem qualquer tratamento;
3 - O canal do Marambaia ainda pode continuar jogando dejetos no mar, advindos de ligações clandestinas efetuadas por moradores da cidade.
Essas três hipóteses tem solução. A 1ª e 3ª são mais fáceis de resolver.
- Com relação ao IMA é conferir, pedindo o relatório, se as análises foram efetuadas com o mínimo de duas amostras e dentro de, no mínimo, cinco semanas, com a precaução da maré e de chuvas nas últimas 24 horas. E daqui pra frente o próprio município realizar amostras periódicas para confrontar com do IMA, identificação do real problema, divulgando-o.
- Já com o canal do Marambaia, apesar do município já ter efetuado, através da Emasa, uma checagem minuciosa, inclusive com punição de infratores e lacres, é necessário uma fiscalização perene e com mais rigor.
- No que tange ao Rio Camboriú, é denunciar formalmente os fatos aos órgãos competentes, inclusive ao IMA e aos Ministérios Públicos Estadual e Federal que tem o dever de exigir do município o devido tratamento do seu esgoto, realizando um Termo de Ajuste de Conduta ou uma Ação Civil Pública para amenizar e resolver o grave problema de saneamento. Se não for efetuado, o próprio município pode ingressar com demanda judicial cobrando de Camboriú os danos por sua inércia e incompetência.
O que não pode é a cidade de Balneário Camboriú ter belos atrativos turísticos, com aporte de vultosas quantias de verba privada e pública para agraciar seus moradores e trazer turistas, e ter uma praia, que é o seu maior bem natural, imprópria para o banho.
De nada adianta ficar jogando a culpa no IMA, nas chuvas, na cidade de Camboriú, posto que para os banhistas e turistas tais argumentos nada adiantam. Tem que haver ações concretas, inclusive informativas, para amenizar e sanar o problema.
Tenho certeza que os maiores preocupados com tal situação são o prefeito municipal, a secretária do Meio Ambiente e o Diretor da Emasa, pois já demonstraram competência e cuidado com o meio ambiente. Mas é preciso agir com uma força-tarefa fixa, para que tal situação não fique se repetindo todo ano e maiores prejuízos não tragam para o turismo da cidade, inclusive acompanhar as análises do IMA nos momentos da coleta e questionar, denunciar. qualquer irregularidade.
É um contrassenso de um lado receber a Bandeira Azul, a maior premiação global dedicada a gestão de praias e de outro, em sua praia mais frequentada, ter a qualidade da água marcada como imprópria para o banho.
Para turistas e investidores pouco interessa saber quem é o culpado, o que importa é que ele quer uma praia limpa e segura para se banhar e passar suas férias.