O povo brasileiro assistiu, atônito, à violenta enxurrada que ocorreu na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
As cenas que se viram são impressionantes. Pessoas sendo carregadas pelas águas, morrendo afogadas e soterradas por diversos deslizamentos de encostas e desmoronamento de casas.
O saldo de mortes dessa tragédia, até o momento, passa de 170 vidas humanas e 12 desaparecidos, fora a quantidade de animais.
E de quem é a culpa?
A culpa é, sem dúvida, de várias autoridades e, os principais são os gestores públicos. Se a tragédia não poderia ter sido evitada, pelo ao menos, deveria ter sido amenizada, caso os governantes investissem, corretamente, no planejamento e na reurbanização urbana.
A mudança climática já é uma realidade conhecida no mundo por todas as autoridades e por gestores públicos. Desta feita, muitas atitudes preventivas e de salvamento já deveriam ter sido adotadas para evitar tantas mortes.
Assim como na Pandemia, o atraso na realização de atitudes imediatas e preventivas, de forma eficaz, poderiam ter salvo muitas vidas.
As chuvas fortes sempre ocorreram, mas, nos dias atuais, já se sabe que elas serão ainda mais intensas.
Mas, infelizmente, o que se vê é o descaso de autoridades com tais condições deploráveis.
A Defesa Civil dos municípios, quando existe, é deixada em terceiro plano ou esquecida. Faltam pessoas capacitadas, material e equipamentos suficientes para os trabalhos preventivos e de resgate. A fiscalização e o monitoramento das famílias que moram em áreas de riscos não acontece. E, quando se tem conhecimento, pouco ou quase nada se faz para removê-las e não deixar mais que ninguém se instale na localidade, replantando mata nativa ou fazendo contenção.
Igualmente, as previsões e os monitoramentos das chuvas torrenciais, a fim de avisar a população a tempo para que se desloquem das áreas de risco, são totalmente ineficientes.
Um plano de contingência englobando redução de riscos; obras para contensão de encostas; construções de conjuntos habitacionais; sistema de alarme e alerta são medidas extremamente necessárias em qualquer município. Mas, para alguns gestores públicos, é mais fácil deixar a tragédia acontecer, colocar a culpa na natureza e, assim, aproveitar a situação para aparecer visitando o local, liberar dinheiro, muitas das vezes, facilitando e participando do desvio e da corrupção.
No final, para muitos ignorantes, são considerados bons e heróis, enquanto muitas famílias choram as mortes que poderiam ter sido evitadas.
Na verdade, essas autoridades não passam de oportunistas incompetentes, verdadeiros desalmados criminosos.