Tiago Santos
Atualmente no Brasil nós temos as chamadas facções criminosas. Quando um meliante é preso, automaticamente, ele tem que estar filiado a uma para se manter vivo. O que será que acontece se você pegar um ladrão de chocolate de supermercado e colocá-lo em uma cela lotada?
Em meio a um cenário de mijo, fezes e sangue, você transforma um bandido medíocre em um combatente a assalto a banco, sequestros e ataques de caixa eletrônico. Principalmente quando se trata de um réu primário. Estenda esse raciocínio e compreenda o porquê a redução da maioridade penal é uma estupidez.
Hoje, bandidos controlam o crime organizado de dentro da cadeia. Logo, grades não resolvem os problemas. Eles apenas os varrem pra debaixo do tapete. Só os agrupam. E isso nem de longe é verossímil como resolução.
Ressocialização no Brasil ainda é um tema tabu em muitos níveis. Por que? Eu não sei, já que ela é uma das pilastras da grande incógnita que é a violência na nossa sociedade. Qual a probabilidade de um ex detento, partindo do ponto que ele queira mudar de vida, conseguir um emprego, mesmo contendo ficha criminal? E sem portas abertas, o que ele faz? Sem perspectiva, sem nada a perder?
O Brasil está muito atrasado nesse quesito e esse texto já ficou longo sem nem que eu elenque suas causas e seus respectivos perfis, como a população carcerária ser majoritariamente negra e da displicência do executivo e jurídico nacional, até porque já falei sobre isso anteriormente e principalmente, sobre as prisões femininas.
Precisamos aprofundar um pouco o contexto de segurança pública. Causas, efeitos, soluções, consequências. Estamos há décadas enxugando gelo e apenas regredindo. Realmente, essa é a conjugação: regredindo.