Lembremo-nos do ato de um eleitor pressionar as teclas da urna eletrônica com o cano de uma arma de brinquedo no estado do Paraná. Esta fora a expressão mais intensa sobre a representação de vingança: o voto servira para “eliminar” os traidores. Por feições passionais, os comportamentos se tornaram agressivos, violentos e até mesmo mortais. Incidentes familiares e entre amigos desfizeram a trajetória de amizade. Momentos turbulentos, tempos insanos!
Pela condição passional, nenhum efeito instrumental será capaz de atingir o principal líder do bolsonarismo, reservado a ser o símbolo de um grupo desacreditado nos caminhos políticos de solução de problemas. Aparentemente há a sensação de que os problemas se agravam. Tornam-se superficialmente insolúveis quando o ambiente político e a institucionalidade política não conseguem promover estabilidade a soluções necessárias.
Do outro lado, como cartada de mestre, o Lulismo “absorveu” Geraldo Alkmin, o contraposto de outrora, como símbolo da conversão do Lulismo à capacidade de realizar conjunções, parcerias, negociações superiores ao militantismo político. Como se a ideologia pudesse ser revista. O próprio governo-coligação Lulista é amplo o suficiente para ser rapidamente assumido como grupo-comum, como presidencialismo de coalisão. Talvez os ministros não se conheçam.
O eleitor, ao observar tal cenário, se coloca em comportamento de incerteza como forma de diminuir os riscos de ter que decidir antecipadamente seu voto nas eleições municipais, A quantidade de eleitores indecisos é reflexo mais da trajetória política do que dos valores e representações dos candidatos a Prefeito. Será o tempo a pressionar as mãos do eleitor em direção às teclas da urna eletrônica. Quanto mais próximo do dia das eleições, maior a pressão para se decidir. Não são os candidatos a convencer os eleitores!
Até que tudo se ajuste, até que o ambiente político se restaure e instrua o comportamento do eleitor em caminhos mais seguros, viveremos em tempos de reclusão, de adiamento de decisões. Aliado a esse furdunço, as variações climáticas em extremos de temperaturas, a substituição da expressão “inverno” [referência a estabilidade climática] por “ondas de frio” [imposição de flutuação temporal extrema], as dificuldades de se regular as leis como Constituição Formal de uma Sociedade [emendas constitucionais em retalhos, remendos], as mudanças estruturantes no processo de definição da Educação [Planos Pedagógicos Nacionais], expõem os parafusos espanados da Política e das Eleições.
A incerteza sobre as definições de votos é um sinal além das eleições municipais! É algo sobre a política!