Dona Rosa, como quase todos a chamavam no convívio diário – os sobrinhos a chamavam de tia Lourdes – nasceu em Itajaí, no ano de 1933, numa modesta casa, da rua Camboriú, 117, esquina com a rua Tubarão. Ela descendia pelo lado paterno dos Fernandes Vieira, conhecida e tradicional família itajaiense. Na Fazenda, no que chamou “território da minha infância”, no bairro antigo, viveu toda a sua infância, por ela referida de a “mais longa de todas as nossas viagens”. Ali passou a juventude e assistiu à chegada da idade adulta. Ao se lembrar daquele tempo feliz, dizia sempre não poder esconder “o meu choro de SAUDADE”.
Cedo entrou para o mundo do trabalho, quando aos 17 anos começou a dar aulas numa escola pública do interior de Itajaí, em Itaipava. Então, passou a se construir como mestra dedicada e competente. Surgia, então, a professora Rosa de Lourdes, que passou a atuar nos diferentes níveis do ensino da época: primário, ginásio, secundário, superior. Nesse percurso de laboriosa docência, ela foi intensificando seu gosto e sua amor à Língua Portuguesa. Era exímia cultora da Língua Nacional, que buscava ensinar com esmero a seus alunos e alunas. No seu tempo, ninguém se ombreava a ela em redação oficial. É quando começou a sua expressiva produção literária. Suas saborosas crônicas foram o início da vasta carreira de escritora festejada. Ao lançar o primeiro livro, “Almas de Seda”, crônicas, em 1981, foi a autora saudada pelo também escritor Padre Heriberto José Schmitt, como “a jardineira perenal a preparar corbelhas literárias, multicores, cheias de luz, de perfumes, de vida !”.
Daí em diante, sua produção literária, suas crônicas no rádio e nos jornais e livros. Se fez profícua e cada vez mais apreciada por seus fiéis leitores. Professora Rosa de Lourdes, a par de suas atividades docentes e de escritora, foi também atuante animadora cultural, desde que, em 1973, passou a integrar o primeiro Conselho Municipal de Cultura de Itajaí. Esteve junto com Antônio Augusto Nóbrega Fontes, de quem era amiga fraterna, quando ele aqui criou os Festivais de Inverno de Itajaí, de cuja realização nas primeiras edições participou intensamente.
Por fim, há que se destacar o seu profícuo trabalho junto à Universidade do Vale do Itajaí/Univali, onde fora docente e assessora da diretoria, a prestar colaboração no processo de criação da Universidade itajaiense e no seu reconhecimento, dessa comissão era presidente. A memória histórica do ensino superior em Itajaí ficou registrada nos escritos seus dos “Cadernos das Faculdades” e no livro biográfico do Dr. Edison Villela, primeiro reitor da Univali.
É digna de toda honra, pois, quem muito honrou o Magistério e a Cultura da “Pequena Pátria”.