Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
Dias de quarentena
Vivendo em quarentena por força da pandemia do “vírus chinês” e principalmente por estar enquadrado no chamado “grupo de risco”, mais de 60 anos, tenho dedicado um tempo à ampliação dos meus parcos conhecimentos, através de alguma leitura e investigação, com o objetivo de não só afastar o Alzheimer mas, também, ilustrar esse comentário semanal.
Assim é que, também pela leitura dos jornais, acompanho o noticiário nacional atualmente prenhe de informes sobre o desenrolar da epidemia e, também, das escaramuças eleitoreiras em torno do assunto e que, ao que tudo indica, estão muito mais dirigidas para interesses políticos do que para a proteção e salvaguarda da saúde do povo em geral.
Jair Messias Bolsonaro, eleito presidente deste país, muito mais pela insatisfação do eleitorado com os “pseudo-trabalhadores” encastelados por 13 anos no poder, quando realizaram, qual uma novem de gafanhotos, uma devastação nos recursos nacionais e, também, cansados os eleitores, com as práticas dos “políticos profissionais” estacionados em vários partidos, ganhou a eleição sem oferecer qualquer programa a não ser a promessa de pôr um fim na corrupção. Finalmente, teve como mola propulsora da vitoriosa votação, o fato de ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato, até hoje não esclarecida.
Despreparado, de origem militar, que lhe esculpiu maneira de agir prepotente, logo se indispôs com vários colaboradores convidados para o seu governo, isto sem falar-se das rusgas e indisposições com outros não convidados a participar dos trabalhos administrativos.
Agora, com a chegada da pandemia do coronavírus, Bolsonaro se encontra no “olho” de uma “tempestade perfeita” – expressão que é um calco morfológico (do inglês perfect storm) que se refere à situação na qual um evento, em geral não favorável, é drasticamente agravado pela ocorrência de uma rara combinação de circunstâncias, transformando-se em um desastre.
A título de ilustração, esclareço calco morfológico ou estrutural: uma palavra composta pode ser criada a partir de uma combinação de elementos anteriormente desconhecida na língua de chegada. É o caso da palavra ‘arranha-céu’ - um calco morfológico do inglês skyscraper - criado porque não existia, em português, uma palavra apropriada para indicar esse tipo de edificação.
Assim, não bastasse o problema sanitário, qual uma raposa o Presidente se encontra assediado por predadores animados por um lugar na corrida presidencial, como os governadores João Dória, Wilson Witzel e Ibaneis Rocha, além da pressão do deputado Rodrigo Maia e do senador Davi Alcolumbre que sonham com o cargo de 1º ministros num eventual parlamentarismo.
Acrescente-se a tudo isto a “nefasta isenção” das Organizações Roberto Marinho, leia-se “Globo” e do jornal “Folha de São Paulo”.
A situação é esta: se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come.