Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
Meu desafio!
Há várias semanas venho tentando a abordagem de algum tema que não envolva comentário relativo às revelações das mazelas políticas, assunto principal das manchetes e editoriais da imprensa nacional.
Pessoalmente saturado e, porque não dizer, enojado com tudo o que vem sendo revelado, comentado, mentido e desmentido por todos os que, de uma maneira ou de outra, estejam envolvidos nas maracutaias e sandices praticadas contra o povo brasileiro.
Preocupado em não agir, da mesma forma, como tem agido os responsáveis pela calamidade, não vou deixar de indicá-los como culpados por “tudo isto que está aí”.
De início, há que abandonar a generalização contida nas designações, tais como: “as elites”, “os poderosos”, “o povo”, pois abrangendo anônimos, isto é, não contendo indicações de nomes e indivíduos, tornam impossível a criminalização de seus participantes.
Diferencia-se da classe instalada na atividade política tais como os envolvidos nos escândalos do “mensalão”, “mensalinho”, licitações fraudulentas, mantenedores de “caixa 2”, ou de “recursos eleitorais não contabilizados”, “recebedores de pedágio administrativo” e em tantas outras criações do vernáculo da corrupção político-administrativa, estes sim uma verdadeira súcia de malandros, imorais e destituídos de qualquer ética.
Estes, eu os desafio, tal como fazem suas “defesas” a que exibam prova documental da sua probidade, uma vez que a sua improbidade já vem sendo denunciada.
É evidente que, tal como acontece com o pagamento de suborno, da compra de voto ou opinião e da aquisição de favores administrativos, não se dá recibo, o mesmo acontece com a honestidade ou probidade, cuja constatação dificilmente é por documento revelada. Tudo resulta da aparência, do comportamento, do conjunto de ações praticadas pelo indivíduo ao longo da sua existência, que acabarão por lhe atribuir um conceito, que poderá indicar tratar-se de uma pessoa proba ou ímproba.
Como os conceitos de probidade e improbidade absorvem o de honestidade e desonestidade, os antigos romanos, inspiradores do nosso direito público e privado, cunharam a seguinte afirmativa: “não basta à mulher do César (imperador romano) ser honesta, ela deverá também, parecer honesta”.
Fica, portanto, o desafio, todo aquele político que não quiser permanecer incluído na generalização feita, que exiba prova documental da sua qualidade de pessoa proba, honesta e cumpridora das suas obrigações cívicas, morais e pessoais.
Julgo haver circunscrito, sem xenofobia, sem racismo, sem preconceito qualquer, a abrangência da imputação da culpa aos políticos profissionais pelo descalabro nacional, noticiado nos meios de comunicação.
Aliás, entre os itens da reforma eleitoral a ser encaminhada ao Congresso, a título de sugestão para um próximo pleito, pelo Tribunal Superior Eleitoral, se lê a inclusão das inelegibilidades por improbidade administrativa, lavagem de dinheiro, sonegação e condenações criminais superiores a 10 anos. Na hipótese de fraudes na prestação de contas da campanha, aplicar-se-á a pena de perda do mandato.
O retorno à vida na planície dar-lhe-ia a oportunidade de avaliar as consequências da sua atuação no poder.