Na Amfri ainda não há previsão da primeira remessa. A vacina contra a dengue é priorizada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, seguindo orientação do Ministério da Saúde diante das poucas doses disponíveis. A meta é atingir 90% do público-alvo com a imunização. O esquema é de duas doses, com intervalo de três meses entre elas, visando reduzir hospitalizações e mortes pela doença.
A primeira distribuição de vacina no estado foi para a região de Joinville, com 29.100 doses, das quais 73% foram aplicadas até 18 de abril. Na região de Floripa, a cobertura estava em 35% até a primeira quinzena de abril, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC). O órgão reforçou o pedido pra que os pais levem as crianças pra serem vacinadas nas cidades que contam com o imunizante.
De acordo com o Ministério da Saúde, a terceira remessa de vacinas no país contemplou 689 municípios, com distribuição de 930 mil doses. A pasta informou que comprou todo o estoque de vacinas para 2024 e 2025. Até o final deste ano, o Brasil receberá 5,2 milhões de doses, além da doação de 1,3 milhão de doses pela fabricante, o que permitirá vacinar 3,2 milhões de pessoas com as duas doses do esquema vacinal. Para 2025, serão outras 9 milhões de doses.
“As vacinas são um importante instrumento para conter o avanço da dengue no Brasil. No entanto, diante da pouca oferta de doses por parte da fabricante, o foco segue na eliminação dos criadouros do mosquito”, ressalta o ministério.
Para cidades com vacinas a vencer neste mês, a pasta recomendou a ampliação do público de 6 a 16 anos. Em Santa Catarina não há essa situação, se mantendo a faixa dos 10 a 14 anos.
Vacinação na rede pública
A disponibilidade da vacina contra a dengue na rede pública leva em conta a produção ainda limitada do laboratório. Devido à limitação, o Ministério da Saúde definiu critérios para a distribuição aos estados e municípios. A estratégia foi decidida junto com gestões estaduais e municipais de saúde, considerando orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A entrega é feita a partir da análise da situação epidemiológica nas regionais de saúde do Brasil. Para a imunização, foram 37 regiões selecionadas, contemplando 521 municípios na primeira etapa.
Falta na rede privada
A busca pela vacina na rede particular pode ser uma opção, mas as redes de farmácias e clínicas também enfrentam a falta de doses. Mesmo onde há estoque, as vacinas podem acabar a qualquer momento. Em Itajaí, as clínicas estão com o imunizante em falta ou com o estoque já reservado e fazem lista de espera para os clientes interessados.
No laboratório Batschauer, junto ao supermercado Giassi, o valor da vacina é de R$ 1 mil para as duas doses do esquema vacinal. Não há doses disponíveis e a previsão é que novas entregas sejam feitas a partir de maio. Na clínica Bravacinas, no centro de Itajaí, não há vacinas à pronta entrega. O estoque disponível está encomendado por clientes.
Para fazer reserva, os moradores devem deixar nome e telefone. Eles entram numa lista de espera e são avisados pela empresa quando novas doses chegarem. Na Bravacinas, o valor por dose é de R$ 586.
Os critérios envolvem a região ter ao menos uma cidade de grande porte, com mais de 100 mil habitantes, ter registrado alta transmissão de dengue em 2023 e 2024 e ter maior predominância do sorotipo 2 do vírus da dengue em circulação.