Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
O jato não lavará!
“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” (Hannah Arendt)
Nestes dias em que o noticiário está repleto de pronunciamentos de inúmeros ocupantes de cargos públicos evocando, em sua maioria acontecimentos pretéritos, tais como a “noite dos cristais”, programas de Hugo Chaves, procedimentos de Hitler e vários outros, lembrei a filosofa Hannah Arendt.
Nascida Johanna Arendt; em 14 de outubro de 1906, na cidade de Hannover, Alemanha, filha de família judaica não praticante, faleceu em Nova Iorque, Estados Unidos, na data de 4 de dezembro de 1975, foi uma filósofa política.
Hannah Arendt trouxe um pensamento voltado para a decifração do fenômeno do totalitarismo no século XX. Tal tema tornou-se o objeto central de estudo de Arendt, devido a uma motivação pessoal: a filósofa foi perseguida e presa por nazistas durante o governo totalitário de Adolf Hitler.
Ao analisar a estrutura totalitária, Arendt teceu muitas críticas ao marxismo. Perguntou-se como os regimes totalitários chegaram a tal ponto de aniquilar os direitos civis como se não representassem nada.
O êxito que o totalitarismo teve durante algum tempo na Alemanha nazista, na Itália fascista e na União Soviética stalinista deveu-se à defesa de Estados-nação fortes, maiores que os indivíduos e a sua coletividade.
Nesse sentido, a obra de Marx ofereceu certo aparato teórico para justificar a inflação do Estado totalitário stalinista. Os regimes totalitários foram caracterizados por uma centralização do poder político, culto a um líder, controle total da vida pública e privada das pessoas e a eleição de um inimigo comum da nação.
Ao tratarmos de “culto a um líder, controle total da vida pública e privada das pessoas e a eleição de um inimigo comum da nação” oportuna é a lembrança de artigo publicado no “Estadão” (26/5) intitulado “Nascidos um para o outro” e que mereceu o comentário de Ângelo Tomelli, leitor daquele jornal: “...faz um comparativo comportamental entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Os dois põem seus interesses pessoais acima dos do Estado brasileiro, agem como se seu poder fosse ilimitado, tudo o que fazem diz respeito exclusivamente a seus projetos de poder, são inescrupulosos e só se importam com o sofrimento e a ansiedade da população na exata medida de seus objetivos e aspirações eleitorais. ... Bolsonaro e Lula são o resultado da degradação violenta da atividade política”.
Da mesma forma a leitora Ana Silvia F. P. Pinheiro Machado: “Como num jogo de semelhanças, podemos estender as cartas idênticas ao comportamento de quem segue os “siameses”. Resultado de triste e óbvia reflexão a que me obriguei é que Bolsonaro e Lula são fruto da inépcia cultural, social, moral e fanática de um povo politicamente pueril, desprovido de compromisso com a coletividade do país. Eles pagam pra ver e vibram com a rivalidade da torcida. Enquanto isso, o mundo ri e o Brasil vai à míngua”.
Dá saudade do “juiz da lava jato”.