Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
A consagrada “meia boca” (3)
Continuando a série anunciada em artigos anteriores e tomando como ponto de partida o artigo “A crise na representação que ainda assola o país” da autoria de José Nêumane, onde desmonta a falácia de que o brasilense não sabe votar, publicado na edição de 4 de março, do jornal o Estado de São Paulo, ofereço opiniões diversas de leitores de jornais.
Inicio com a opinião de Jeovah Ferreira (O Est. De São Paulo) entendendo que as intrigas entre os Poderes Executivo e Legislativo estão prejudicando o desenvolvimento do Brasil.
Isso nada mais é do que falta de seriedade e compromisso com a Nação.
Quando escolhe seus representantes, o eleitor o faz crendo que o Executivo vai executar as leis e cuidar da administração do Estado em todos os níveis e que o Legislativo vai se ocupar da criação, modificação e aplicação das leis. É também função do Legislativo fiscalizar as ações do Executivo. Fiscalizar, não atrapalhar.
A Constituição federal estabelece que haja harmonia entre os Poderes. Eis alguns sinônimos de harmonia: equilíbrio, ordem, acordo, concórdia, consonância, entendimento, conciliação. Nos dicionários de língua portuguesa não consta a palavra “disputa” como sinônimo de harmonia.
No mesmo sentido é o pensamento de Marco Antônio Martignoni (O Est. De São Paulo) para quem o Brasil real vai muito bem, obrigado.
Temos uma estrutura bancária e de mercado de capitais de qualidade mundial, na agricultura, bombando, somos campeões mundiais numa série de itens, como soja, milho, açúcar, laranja, carnes.
Somos o maior produtor de álcool e celulose do mundo. O setor de mineração é muito eficiente, principalmente em minério de ferro e nióbio.
Os serviços têm apresentado constante desenvolvimento. A indústria de produtos alimentares é das mais desenvolvidas.
O que vai mal no Brasil, e cada dia só piora, é a estrutura pública, em todos os sentidos, com um valor astronômico de despesas improdutivas, o que faz não sobrar dinheiro para o poder público investir e ajudar a desenvolver o Brasil.
Sobre esse aspecto José Nêumane lança uma luz apontando que deputados federais, estaduais são escolhidos por um regime do “me engana que eu gosto” pois, no processo do “voto proporcional” o mando foi para as elites dirigentes dos estados atrasados, prevalecendo sobre os eleitores mais numerosos dos estados mais ricos.
Na escolha de seu representante o voto de um acreano em São Paulo tem um poder 13 vezes menor que o de um mineiro em Roraima. Resulta daí. Que somente 7% dos deputados ganharam eleições com o número de votos depositados nas urnas e são chamados “puxadores de votos”, como o Enéas, Tiririca, Janaína Paschoal. Os restantes 93% dependem do quociente eleitoral dos seus partidos. Já houve casos de “eleitos” com apenas cinquenta votos, ou seja, - o menos do mais.
Não dá nem “meia-boca”. Imagina a qualidade.