Itapema
Jovem denuncia tatuador que a assediou durante tatuagem
“No final da tatto, a mão dele começou a tocar minha genitália, por baixo da calcinha de biquíni”, denunciou a moça à polícia
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Uma fonoaudióloga de 24 anos registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil denunciando os abusos sofridos durante uma sessão de tatuagem, na noite de segunda-feira, no centro de Itapema. Ela relata que foi tocada nas partes íntimas pelo tatuador durante o procedimento.
O tatuador é gaúcho e trabalha dentro de uma barbearia da cidade. O trabalho iniciou às 19h30 com a tatuagem de um tigre no quadril da vítima. Ela deitou de lado na maca para facilitar o desenho.
“No final da tatto, a mão dele começou a tocar minha genitália, por baixo da calcinha de biquíni. No início eu fiquei com muito medo, mas pensei que talvez ele estivesse apoiando, realmente, a mão. Mas aos poucos aquela mão foi chegando cada vez mais perto da minha vulva e eu, mesmo sentindo muito medo, precisei parar aquilo”, denunciou.
A fonoaudióloga diz que neste momento o tatuador sorriu e disse que só estava esticando a mão. “A minha calcinha está toda manchada de tinta em um lugar que não deveria! Estou vindo aqui pedir ajuda de vocês para que pelo menos aqui na região ele não faça mais isso com ninguém! Porque, pela confiança dele, pelo jeito que ele reagiu a situação, isso já aconteceu diversas vezes e pode acontecer (se ainda não) situações bem piores que essa. Isso é assédio!”, denuncia.
A vítima conta que na barbearia só estavam ela e o tatuador no momento do abuso. Para ir embora, ela chamou um Uber. “Eu chamei o Uber imediatamente. Com muito medo, eu tirei a mão dele. O Uber chegou, eu falei que estava ótimo assim (o jeito que ficou a tatuagem), levantei. Eu estava perplexa. Ele tirou uma foto da tatuagem e eu saí. Tinha duas portas trancadas. Ele destrancou e eu saí. Eu falei novamente o que tinha acontecido, que foi um assédio, que eu fiquei desconfortável e saí correndo pro Uber...”, conta.
“Antes de eu chegar para a sessão, já estavam acontecendo várias coisas que me deixaram bem desconfiada, mas pensei que talvez pudesse ser coisa da minha cabeça’’, analisa. As coisas estranhas, relatadas pela fonoaudióloga, eram mensagens do tatuador pelo WhatsApp, com figurinhas com coração e flores, durante a conversa profissional para marcar o horário e o pagamento do trabalho.
Alerta às mulheres
Além de denunciar o caso ao DIARINHO e à Polícia Civil, a fonoaudióloga marcou o tatuador nas redes sociais nas denúncias sobre o caso. Na terça-feira, o perfil dele no Instagram não estava mais ativo.“Nenhuma mulher pode passar por isso novamente… Eu estou em choque, me dói ver a foto dele, dói muito ter que falar sobre isso, mas é necessário nesse momento, para que ninguém mais passe por isso”, argumenta.
A fonoaudióloga pretende levar a calcinha com as manchas de tinta na delegacia. Ela quer alertar o maior número de mulheres possíveis, já que a grande maioria dos clientes dele é mulher. A fonoaudióloga também está entrando em contato com grupos de mulheres da cidade para relatar o ocorrido e pedir apoio. Ela também comenta que o dono da barbearia onde o tatuador trabalha, a chamou para conversar.