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Greve dos caminhoneiros

Paralisação ganha força com entidades, mas ainda falta apoio de trabalhadores

Sindicatos vão aderir ao movimento, mas motoristas entendem que a greve não resolveria as necessidades do momento

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Em Itajaí e Navegantes, sindicatos manifestam adesão ao movimento (foto: João Batista)

A adesão à greve dos caminhoneiros, anunciada para o dia 1º de novembro, está se estendendo em todas as regiões do país, inclusive em Itajaí e Navegantes, onde sindicatos já manifestaram apoio ao movimento. As reivindicações envolvem a redução no preço do combustível e a defesa do piso mínimo de frete, além de melhorias das condições de trabalho da categoria.

Sob ameaça de greve, o presidente Jair Bolsonaro prometeu um auxílio de R$ 400 pra compensar a alta do diesel. A ajuda foi vista como “esmola” pela associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), em nota assinada pelo presidente da entidade, Wallace Landim, o “Chorão”.

A associação organiza a greve junto com a confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), que reúne sindicatos de motoristas autônomos e celetistas, e o conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), que reúne associações, cooperativas e sindicatos de trabalhadores.



As entidades rebateram a proposta do governo, defendendo uma política de redução de preços e não um benefício emergencial. “Ou o governo senta com a categoria para fazer um trabalho, chama as partes envolvidas – Petrobras, STF, Congresso – para atender à pauta antes do dia 1º, ou paramos o país”, disse o presidente do CNTRC, Plínio Dias.

Em fevereiro e em julho, o CNTRC já havia convocado uma greve nacional, mas o movimento não vingou. Desta vez, a mobilização ganha força, sendo chamada por outras entidades, mas ainda depende de apoio dos trabalhadores. As discussões pela greve começaram em agosto, com reuniões em Itajaí, Santos, Recife, Brasília e, por último, no Rio de Janeiro, onde foi anunciado o estado de greve.

O movimento conta com apoio dos “tanqueiros”. Em pelo menos três estados – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – associações que representam os motoristas de caminhões-tanque informaram que os trabalhadores decidiram cruzar os braços. Novas paralisações foram anunciadas para Goiás, Bahia e Espírito Santo, contra a alta de combustíveis e pela redução de impostos.


Sindicato acredita em união de grupos

O presidente do sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac) de Navegantes, Vanderlei de Oliveira, acredita numa grande adesão na região, em defesa das demandas de interesse da categoria. “Uma coisa que já aconteceu somente pelo estopim da greve foi o reajuste da tabela de frete quando se atinge o quociente dos 10% do valor do diesel”, destacou.

O reajuste da tabela foi publicado, na quinta-feira, pela agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com índices variando entre 4,54% e 5,9%, conforme os tipos de veículos e de carga. Segundo Vanderlei, apenas duas lideranças da região estão contra a paralisação, o caminhoneiro Janderson Maçaneiro, o Patrola, de Itajaí, e Luciano Régis, de Blumenau.

Ele observa que demais grupos e líderes, mesmo sendo eleitores de Bolsonaro e defensores do presidente, estão aderindo à paralisação. “Na nossa região, está tendo uma mobilização que não está sendo dividida entre quem é a favor ou contra o presidente Jair Bolsonaro. Ela está tentando mobilizar as pessoas que sejam apartidárias, que sejam pra cobrar uma pauta pela categoria”, comenta.

Em Itajaí e Navegantes, é esperada a adesão das associações de caminhoneiros que atendem os terminais portuários. Se os grupos concordarem com a greve, pode haver uma paralisação em massa.


“Independentemente se são eleitores de Bolsonaro ou não, eles estão percebendo que, passados três anos, o presidente não conseguiu cumprir com o que tinha prometido e não atendeu às demandas que a categoria precisa”, lembra Vanderlei.

 

Caminhoneiros não aprovam greve neste momento

Associações e cooperativas ainda discutem participação na greve (foto: João Batista)


Em Itajaí, Janderson Maçaneiro, liderança entre os caminhoneiros autônomos, participou das reuniões de Brasília e no Rio de Janeiro sobre as demandas da categoria. Pelas redes sociais, ele defendeu as negociações de propostas, mas declarou ser contra a paralisação. “Sou solidário em tudo que seja negociável, mas não concordo com paralisação. Portanto, estarei de fora desse movimento do 01/11/2021”, informa.

Outros motoristas têm entendimento semelhante. Clairton Pscheidt, de 46 anos, trabalha para uma transportadora de Jaraguá do Sul e faz viagens pro porto de Itajaí e Navegantes. Ele disse não ser a favor da paralisação, mas defende que as reivindicações sejam negociadas. Ele participou da greve em 2018 e lembra que pouco avançou.

“Se revolvesse alguma coisa, poderia ocorrer, mas não adianta parar neste momento”, afirma, destacando que, em novembro, já começa a alta do transporte pro final de ano. O caminhoneiro Diego dos Santos, 32, segue o raciocínio. “Não é época, e uma paralisação não vai resolver agora”, acredita, ressaltando que a alta de combustível é mundial.

O caminhoneiro autônomo Jota Bueno, 44, afirma que a greve não vai vingar. Ele é da associação União dos Terminais de Itajaí e Navegantes, que representa cerca de 300 motoristas que atendem os portos. Jota explica que a paralisação está sendo convocada mais pelos sindicatos e que, sem o apoio dos autônomos, o movimento perde força.

Ele avalia que auxílio de R$ 400 é uma medida que vai ajudar os trabalhadores, e acredita numa negociação com o governo antes da greve. “Tem que lutar é pra aumentar o valor do frete”, defendeu. O presidente da associação, Joel Valmir, informou que deve conversar com o pessoal do grupo pra definir o posicionamento da entidade.

 


Auxílio de R$ 400 por um ano

Durante a live. na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro falou do auxílio emergencial aos caminhoneiros. A medida atenderia os trabalhadores até o fim do ano que vem pra compensar novas altas dos preços. De acordo com ele, o valor de R$ 400 seria liberado a partir do dia 1º de novembro e serviria pra custear a compra do diesel.

O presidente não citou a fonte do recurso, que somaria cerca de R$ 4 bilhões no orçamento, dizendo que outras informações e números do programa seriam divulgados em breve. Segundo levantamento da ANTT, em torno 800 caminhoneiros autônomos poderão ser contemplados com o benefício.

O valor foi criticado mesmo entre caminhoneiros bolsonaristas por ter pouco impacto nos gastos. Segundo a Abrava, R$ 400 cobrem 13% de um abastecimento do caminhão, representando média de 80 litros pra um tanque de 600 litros. Para a CNTTL, o auxílio não resolve a causa do problema, apenas o “efeito colateral”. Bolsonaro disse que o valor é o que está decidido pela equipe econômica no momento.




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