Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
Lideranças políticas... (4)
- Por força dos recentes acontecimentos, envolvendo as altas esferas governamentais, interromperei a exposição de argumentos na série “Lideranças políticas...”, para não perder a oportunidade de registrar a má qualidade dos “políticos” e o seu despreparo para ocupar cargos de governo de qualquer município, estado-membro e muito menos os de um país.
- Veja-se: o Senado resolveu adiar a apreciação do relatório da reforma previdenciária – de vital interesse para a recuperação econômica do país – para, em “petit comité”, dirigir-se à presidência do Supremo Tribunal Federal, pedir a reforma da liminar concedida monocraticamente por um ministro, determinando a retenção dos bens de um senador, investigado por corrupção.
- “É o fundo do poço, o fim do caminho: senadores foram pressionar o STF em defesa de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), investigado por corrupção. Pior é o STF se sujeitar à pressão. Que vergonha”, comentário de Cláudio Humberto em sua coluna “Diário do Poder”.
- Com a transformação da “vereança” em mandato remunerado, aqueles que se candidatavam à prestação gratuita de um serviço relevante à comunidade foram substituídos por candidatos aspirantes à um salário que contribuiria, em muito, para o reforço de suas rendas.
- Considerando o objetivo financeiro, não importavam aptidões e conhecimentos para o exercício de tais mandatos, bastavam apenas a popularidade e simpatia.
- Assim é que, por total ausência de aptidão para o trato dos interesses públicos é que a nova “política” passou a se desenvolver em um ambiente do “sabe com quem está falando?” e do atendimento aos pleitos das novas “otoridades”.
- Confirmação desta assertiva está a “visita” antes relatada, quando os “senadores foram pressionar o STF em defesa de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), investigado por corrupção”.
- A falta de aptidão e conhecimentos para o exercício da função onde – por indicação de alguém – se encontra investido, faz com que o agente atenda todas as “vontades” de quem o indicou pois, por falta de “qualidades”, poderá perder a sinecura.
- Tal linha de pensamento permite até que se conclua que o “Chefe da ORCRIM” não esteja faltando com a verdade ao afirmar que nunca roubou, mas permitiu que seu nome fosse usado para as ações criminosas sem ensejar ao povo brasileiro o constitucionalíssimo “amplo direito de defesa” que tanto invoca no seu interesse particular.
- “Por culpa de uma omissão, o príncipe está cometendo maiores danos, maiores estragos, maiores destruições, que todos os malfeitores do mundo em muitos anos... Pelo que fizeram se hão de condenar muitos; pelo que não fizeram, todos”. (Padre Antônio Vieira em seu famoso Sermão da Primeira Dominga do Advento, pregado na Capela Real, em Lisboa, no ano de 1650).