Pingando nos Is
Por Pingando nos Is -
Lideranças políticas...
- Sob o título “Lideranças no Legislativo” o jornal “O Estado de São Paulo” do dia 8, recém passado, afirmou: “Não é de hoje o diagnóstico indicando a falta de lideranças na vida pública nacional. É um problema que vem de longa data - costuma-se associar o esmorecimento da participação e do protagonismo das lideranças civis nos rumos do país ao golpe militar de 1964 - e acarreta consequências nefastas para a sociedade em muitas áreas”.
- Apresentando, como consequência: “No campo político, a falta de lideranças deixa vazios importantes espaços de representação e de negociação, o que traz dificuldades adicionais no enfrentamento dos problemas nacionais”. - As eleições do ano passado promoveram uma profunda renovação da Câmara dos Deputados e do Senado, que vem produzindo resultados muito positivos. O que se vê hoje ali é consequência direta de uma mudança promovida pelo cidadão.
- Pondera, entretanto, que “o Congresso tem ainda muito a melhorar, por isso, seria muito oportuno que semelhante renovação ocorresse no Executivo e Legislativo municipais.
- A introdução feita ao tema aqui abordado impôs-se pela recomendação feita no parágrafo anterior, pois me inscrevo entre os defensores da teoria de que: nos países, onde o municipalismo é adotado, é nesta menor repartição administrativa que deverão ser formados e iniciados os futuros governantes nacionais.
- As primeiras manifestações de cidadania e espírito comunitário, indispensáveis a qualquer indivíduo aspirante a uma candidatura eleitoral, deverão ser apresentadas nas menores frações comunitárias, seja através da participação nas coisas comunitárias – festividades e agremiações culturais, obras assistenciais, filantropia, etc. – e a colaboração com a administração da coisa pública.
- Neste ponto concordo com a afirmativa: “costuma-se associar o esmorecimento da participação e do protagonismo das lideranças civis nos rumos do país ao golpe militar de 1964” pois, efetivamente, com o advento da “nova república” houve uma retração das “lideranças civis” de então apontadas, pela propaganda populista, como “as tais elites”, opressoras.
- Foi no âmbito municipal onde foi registrada maior retração das “lideranças civis” locais, substituídas pelas “lideranças populistas”, “sindicalistas” principalmente. A “vereança”, primeiro degrau político, transformou-se em meio de vida, eis que constitucionalmente remunerada. Dos 181 países que participam da ONU, o Brasil é o único que paga salários aos vereadores, pois em todos os outros países o trabalho do vereador é voluntário, encarado pelos cidadãos como um dever público para com a sua comunidade, sendo exercido sem qualquer custo para os cofres da municipalidade.
- Sobre este assunto inúmeras considerações merecem um destaque. Voltarei ao assunto.