Balneário Camboriú
MP investiga falta de vagas de UTIs
Superlotação nas UTIs do Ruth Cardoso vem desde o início do mês; governo do estado não responde aos pedidos de transferências
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O Ministério Público, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú, da área da infância e juventude, abriu inquérito civil para apurar as condições de lotação na UTI neonatal, centro obstétrico e maternidade do Hospital Ruth Cardoso. A ala de UTI neonatal tem ficado com os leitos totalmente ocupados desde o início do mês, quando a direção do hospital notificou a Regional de Saúde para que o sistema de regulação estadual adotasse medidas para resolver a situação.
A promotoria deve questionar o estado sobre a logística para realocação e transferências de pacientes para outras unidades hospitalares em casos de superlotação. O Ministério Público também quer informações sobre a capacidade de atendimento de gestantes e recém-nascidos e número de leitos disponíveis para atendimentos.
O inquérito está em andamento desde segunda-feira, quando a UTI neonatal, com seis vagas, chegou a atender acima da capacidade, com sete bebês internados. O setor ainda tinha duas gestantes com risco de parto de prematuro extremo que precisavam ser transferidas para unidade de referência por serem casos de alta complexidade e dois bebês com pedido de transferência para outros hospitais.
A direção do hospital informou em nota na segunda-feira que, mesmo diante do quadro de superlotação e pedidos de transferências, nenhum leito de UTI adulto, UTI neonatal ou para gestantes foi disponibilizado pela Regional de Saúde ou regulação estadual. Os pedidos de intervenção do estado para garantir o atendimento aos pacientes vinham sendo feitos desde a quinta-feira da semana passada pelo hospital.
Na manhã desta sexta-feira, a diretora-geral do hospital Ruth Cardoso, Syntia Sorgato, informou que, até às 10h45, a UTI neonatal estava com 100% de ocupação, mas sem nenhuma gestante com risco de parto prematuro em atendimento ou internada. A fila de espera por leitos teve normalização na quinta-feira, sem pacientes aguardando ao menos até a manhã de sexta.
A UTI geral adulto também seguia lotada na manhã de sexta-feira, com 10 pacientes. A unidade, que conta com 10 leitos, teria uma alta prevista de paciente, mas o leito liberado já seria ocupado por um paciente que estava na emergência do pronto-socorro adulto. Não havia mais gente na fila de espera por leitos. A unidade de referência para casos de alta complexidade na região da Amfri é o hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, com 12 vagas de UTI neonatal, também com lotações nos últimos dias.
A Secretaria Estadual de Saúde não respondeu até o momento se foram atendidos os pedidos de transferências durante a semana e como está sendo feita a regulação de pacientes do Ruth Cardoso nos casos de superlotação.