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Itajaí

Revivida, pintura do painel da praça da Pipa já virou polêmica

Prefa peixeira abriu mão de restaurador pra refazer obra de Smykalla e pagou 200 pilas pra pintor colorir monumento

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Oito garotos sem camisa, cinco empinando pipas e três observando a paisagem em volta. Um vale verde e o céu azul de brigadeiro. Descrever cada um dos elementos do painel da praça da Pipa, no bairro Fazenda, idealizado pelo artista Smykalla, era difícil, quase impossível, até uns dias atrás. Ontem, depois de anos perecendo ao tempo e ao abandono do poder público, a obra de arte foi refeita por um artista plástico contratado pela prefa. O trampo durou uma semana. Apesar de bem feitinha e – aos olhos de um leigo - idêntica à original, a pintura gerou polêmica por ter sido feita por um artista plástico, e não um profissa de carteirinha. “Teria que ser feita por um restaurador”, opina uma profissional ouvida pelo DIARINHO.

Edegar Santos, que trampa pra uma empresa terceirizada contratada da prefa, deu os últimos retoques no painel ontem à tarde. Ao DIARINHO, revelou que a obra não ficou 100% fiel à original. “A gente não conseguiu achar fotos antigas no arquivo histórico. Tive que improvisar em algumas partes. Criar, mesmo”, admite o pintor.

Até 15 de abril, dia em que Edegar começou a recuperar o painel, quase não se via mais a velha obra de arte, pintada em 1989 por Smykalla. A parte que representava o céu de Itajaí foi encoberta ...

 

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Edegar Santos, que trampa pra uma empresa terceirizada contratada da prefa, deu os últimos retoques no painel ontem à tarde. Ao DIARINHO, revelou que a obra não ficou 100% fiel à original. “A gente não conseguiu achar fotos antigas no arquivo histórico. Tive que improvisar em algumas partes. Criar, mesmo”, admite o pintor.

Até 15 de abril, dia em que Edegar começou a recuperar o painel, quase não se via mais a velha obra de arte, pintada em 1989 por Smykalla. A parte que representava o céu de Itajaí foi encoberta pelo tempo. Uma grande mancha detonava o azul e boa parte das pipas representadas. “Tive que fazer novos contornos para algumas pipas. Os shorts dos meninos e as montanhas eu também precisei refazer, pois já não dava mais pra ver”, explica Edegar.



Pra arrumar o painel da praça da Pipa, o pintor, que trampa pra empresa Alex Reis, terceirizada da prefa, usou duas latas de tinta de 3,6 litros, além de bisnagas coloridas pros retoques. Segundo Tarcízio Zanelato, secretário de Obras, o total de gastos com materiais foi de cerca de 200 reais. Edegar tava feliz da vida com o resultado do painel, mesmo sem ter conseguido reproduzi-lo com fidelidade. “Acho que eu consegui reproduzir em 80% o que era”, acredita o artista, que, em 2001, já tinha restaurado o monumento da praça do bairro Fazenda. “Eu reacendi a pintura. Naquela época, consegui reproduzir com 99% de exatidão, pois não estava tão comprometido”, acrescenta Edegar, que assinou pinturas como as da entrada do parque do Agricultor e as casinhas de açorianos da rua Tijucas.

Jean, um dos meninos eternizados no painel, diz que pintura rolou num finde

A dona-de-casa Ione Rebelo da Costa, 61 anos, observava a moldura com um sorriso diferente ontem à tarde. Tinha os olhos grudados, em especial, no garotinho de shorts branco sentado no gramado, com a pipa vermelha ao pé. “Era o meu filho. Ele vivia lá, e um dia um pintor [Smykalla] resolveu reproduzir aquela cena”, conta, com o olhar emocionado.


Ione mora bem pertinho da praça da Pipa, no bairro Fazenda. Conta que, na época, em 1989, o filho, Jean Pablo da Costa, então com 14 anos, passava o dia com os amigos no local onde hoje é a praça. “Era um vale bem grande. Só tinha gramado. Eles ficavam o dia todo soltando pipa e brincando”, relembra.

Por telefone, Jean contou ao DIARINHO que ele e os amigos foram reproduzidos num final de semana de 1989. “A prefeitura mandou um pintor, na época, fazer. A gente tava sempre brincando lá, e, quando ele chegou pra pintar, achamos até engraçado”, conta Jean, que, hoje, aos 38 anos, é casado, formado em administração e tem um filho de 10 aninhos.

Espelho d’água será refeito, diz abobrão

Mostrando que não tem medo de voltar atrás, Zanelato anunciou que vai etomar o projeto original do monumento em alusão aos 150 anos de Itajaí, localizado na praça Genésio Miranda Lins, na Beira-rio. A obra, concluída em dezembro de 2010 pelo artista Marcos Konder Netto, foi alterada, a mando de Zanelato, em março de 2012. No lugar do espelho d’água que embelezava o monumento, peões da prefa socaram uma carrada de terra e flores.


Na época, Zanelato justificou ao DIARINHO que o monumento era usado apenas como banheira para andarilhos e pessoas que voltavam da praia. Disse ainda que a obra não tinha sistema de tratamento de água e filtragem. O arquiteto Homero Malburg, representante de Konder Netto, respondeu, à época, que a obra tinha, sim, sistema de filtragem.

Pra devolver ao monumento o seu aspecto original, Zanelato admite que serão alterados os sistemas de drenagem e filtragem automática. “O sistema de filtragem que existe é pra 100 litros de água, e ali tem quatro mil litros”, argumenta. O abobrão acrescenta que o jardim será retirado apenas em novembro.

“É trabalho de restaurador”


Escondida na beleza do painel rola uma discussão cultural que põe em xeque a originalidade da obra do artista Smykalla, já falecido. Pra Lilian Marins, artista plástica e restauradora há seis anos, o painel deveria, necessariamente, ter passado pelas mãos de um restaurador. “Pra mim, que já trabalhei em Itajaí, é uma surpresa, pois sempre se preocuparam com as normas”, se espanta.

Lilian explica que o resultado final do trabalho feito por um restaurador é bem mais fiel ao original. “O restaurador cuida do aspecto de conservação. Avalia a dimensão dos danos de modo a dimensionar se eles interferem na leitura estética e cultural da obra”, explica a restauradora, que classifica como imprescindível a restauração, no caso específico do painel da praça da Pipa. “Nós não recompomos nada. Dentro do possível, vamos permitir que essa obra reviva e tenha seu significado resguardado”, conclui.

Pra arquiteta, restauração é dispensável

A arquiteta Luciana Coelho de Souza tem opinião diferente. Pra sabichona, como o monumento do bairro Fazenda é relativamente recente - tem 24 anos – e não teria, segundo ela, valor cultural tão relevante pra cidade, portanto, não careceria de uma restauração. “É fundamental, pra se restaurar alguma coisa, que ela tenha valor sentimental e histórico pra cidade e para as pessoas. Acho que esse não é o caso”, opina.

O secretário Obras de Itajaí Tarcízio Zanelato, que pretende recuperar as pinturas de outras praças peixeiras ainda este ano, admite que a prefa abriu mão de um restaurador profissional. “Todas as pinturas que forem de fácil recuperação e não dependam de um profissional que cobre um valor mais elevado, nós vamos fazer. Esse é o primeiro de uma série”,adiantou o abobrão.





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