Uma reivindicação antiga dos pescadores da praia Central de Balneário Camboriú foi atendida às vésperas do início da temporada da tainha de 2024. Cada um dos três pontos de pesca ao longo da faixa de areia conta com dois contêineres equipados com banheiro e dormitório.
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Os espaços, assim como a tenda para cozinha e para os barcos, foram alugados e cedidos pela prefeitura. A temporada da tainha, patrimônio cultural da cidade, inicia nesta quarta e vai ...
Os espaços, assim como a tenda para cozinha e para os barcos, foram alugados e cedidos pela prefeitura. A temporada da tainha, patrimônio cultural da cidade, inicia nesta quarta e vai até o dia 31 de julho. Na sexta, dia 26, as equipes da prefeitura trabalharam na montagem das tendas junto aos contêineres que chegaram à praia na semana passada.
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São dias e madrugadas longas à espera das tainhas entre maio e julho. Os contêineres permitem aos pescadores a higiene e o descanso básico, já que muitos moram longe da praia.
“Barraca é muito insalubre, muito perigoso. Ela levanta, pode acontecer várias coisas. [...] Aí a gente teve a ideia do contêiner. Estamos cobrando há muitos anos a nossa dignidade. Isso aqui é uma conquista”, comemora o pescador Edson Faustino, de 50 anos.
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Edson é um dos cinco responsáveis pelo Rancho da Selma, que cobre da rua 3700 até o molhe da Barra Sul. Os outros dois pontos ficam entre as ruas 3300 e 3600, onde fica o Rancho do Luís, e entre as ruas 3200 e 1001 (Rancho dos Rapazes).
Além dos contêineres, Edson adianta que os pescadores terão acesso a quadriciclos ofertados pela prefeitura, que devem facilitar o transporte dos balaios de peixe. “A gente só quer o espaço da gente”, resume o pescador, que já vivia as temporadas de tainha acompanhado dos pais quando criança. Edson conta que na época os pescadores conseguiam se abrigar nas marquises das casas, ao longo da avenida Atlântica, onde hoje há os arranha-céus. Segundo ele, a vizinhança era parceira e liberava o uso dos banheiros.
Com a conquista dos contêineres e tendas, ao menos para a temporada de 2024, os pescadores têm mais um pedido: que a fiscalização faça o seu trabalho e barre as lanchas e jet-skis. “Não adianta ter toda uma estrutura pra quando o peixe vir e um jet passa no meio e acaba com a pesca toda”, alerta.
Placas informativas ao longo da praia reforçam que é proibido o uso de jet-skis e lanchas rebocadoras de banana boat na orla durante o período da pesca da tainha, assim como armação de redes feiticeiras e de malha.
Segundo a prefeitura, 200 famílias vivem da pesca artesanal da tainha em BC.