Vila Operária
Itajaí se despede do Airton, da Arapuca do Airton
O comerciante fez história com o bar e depois com o churrasquinho saboroso
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
![Airton tinha 72 anos. O Restaurante continua e é tocado pela família
(Foto: Acervo pessoal)](/fotos/202406/700_66620abbd2169.png)
![miniatura galeria](/fotos/202406/200_66620abbd2169.png)
![miniatura galeria](/fotos/202406/200_66620af0118a4.png)
![miniatura galeria](/fotos/202406/200_66620af051bfe.png)
O fundador da tradicional churrascaria Arapuca do Airton faleceu nesta quarta-feira em Itajaí. Airton Perfeito da Silva, de 72 anos, morreu vítima de encefalopatia hepática e hemorragia digestiva. O corpo foi velado no crematório Atenas, com a despedida no anoitecer de quarta. Airton deixou a esposa Benta Cunha da Silva, três filhos e oito netos.
Airton e Benta casaram há 52 anos, sendo que a maior parte da vida em comum foi compartilhada com os filhos dentro do restaurante do bairro Vila Operária. Com o slogan 46 anos “reunindo famílias com um bom churrasco!”, ao chegar na Arapuca do Airton a clientela se sentia em casa. O atendimento familiar davam o tom de aconchego, sempre acompanhado de um bom prato. Churrasco, feijoada e uma maionese especial são os carros-chefes da Arapuca.
Benta lembrou ao DIARINHO o motivo do restaurante levar o nome de Arapuca do Airton. Quando o bar do Airton surgiu, em 1977, a música Arapuca, canção do Trio Parada Dura, estava no auge. Os clientes frequentavam o barzinho e sempre cantavam “armei uma arapuca na beira da estrada, pra pegar moça bonita e também mulher casada....”. “A casa, na época, era redonda e parecia uma arapuca mesmo. A turma vinha se reunir aqui e cantava essa música”, relembra Benta.
O filho Ricardo resume o caráter do pai em uma palavra: honestidade. “Foi um grande homem de negócios e de amizades. A honestidade foi seu grande ensinamento”, conta.
De bar a restaurante
Ricardo conta os filhos foram criados “embaixo do balcão”. “A mãe era professora e ele cuidava do restaurante e dos filhos. Ele cuidava de nós embaixo do balcão, que era de madeira. Nós ficávamos ali e ele ficava atendendo. Na época era bar, não tinha restaurante ainda. A minha mãe dava aula e à noite ajudava no bar”, recorda.
O restaurante surgiu anos depois, quando a clientela assídua pediu se o Airton não podia fazer um churrasquinho pra galera comer enquanto bebia. Ele colocou uns tijolos, grelha e assou uma carne. “O pai começou a fazer direto churrasquinho, começou a vender porções de maionese também. A mãe começou a ajudar. Primeiro fizeram um restaurantezinho todo de madeirinha entrelaçadinha, tipo um alçapão, botou uma mesa de madeira grande e começou o restaurante”, conta Ricardo.
Benta e Ricardo continuam tocando o restaurante. Airton teve que se afastar do comércio após fazer uma cirurgia de joanete e ficar com dificuldades para andar. “Tenho orgulho do legado que meu pai deixou...”, finalizou, orgulhoso, o filho Ricardo.