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Histórias que eu conto

Por Homero Malburg -

Homero Bruno Malburg é arquiteto e urbanista

Colégio Catarinense 5


Cr$ 50,00 dava para ir ao cinema e pagar a cantina (foto: internet)

Sábado à tarde, no Colégio Catarinense, além de tomar banho (nem para todos) e trocar de roupa de cama, era dia de receber a mesada semanal. Não sei por que, mas fui indicado para “mesadeiro” da divisão dos grandes. Recebia do irmão tesoureiro um saco de dinheiro para distribuir. As cédulas na época eram velhas e sebosas, o que causava nojo manuseá-las justamente após o banho. A maioria de nós recebia Cr$ 50,00 por semana. Era o suficiente para o cinema no domingo, a despesa mínima da cantina do colégio, uma ou outra besteirinha. Havia aqueles que recebiam menos, 20, 30 outros um pouco mais, 100, 200. Três no entanto recebiam notas de Cr$ 500,00. Dois deles eram os Prosdócimo: Sérgio e Pedro Rogério – o “Pato” e o “Patinhas”, como eram conhecidos; o terceiro era o “Paraná”.  Ninguem entendia: como é que o Paraná  recebia tanto? Era um cara normal, vestido como nós, até mais para esculhambado, pedia roupas emprestadas, adorava um paletó amarelo que eu tinha e com qual sempre saía. Os Prosdócimo todo mundo sabia quem eram, mas o Paraná... Diziam que o pai dele era gerente da agência do Bamerindus de Florianópolis. Ao dizer seu nome, Luiz Antônio de Andrade Vieira, meu pai desvendou o mistério: o pai dele é simplesmente o dono do Bamerindus! Excelente colega, foi presidente do UFE – União Florianopolitana de Estudantes e em Curitiba, já no banco, morreu cedo, com um pouco mais de 30 anos.

 

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Em agosto de 1961, o Brasil foi surpreendido com a renúncia do presidente Jânio Quadros. Assume Jango Goulart, não assume, clima de revolução, fomos mandados para casa. Poucos dias depois, nada acontecendo, retornamos ao colégio. Fora as férias, as oportunidades que tínhamos para ir para casa eram: a Páscoa – quando o professor Bush nos brindava com um “ovo”: cem problemas de matemática para resolver nos feriados – a Semana da Pátria e Finados.

Iam para casa os que moravam perto, questão de algumas horas de ônibus. Tomávamos o primeiro após a dispensa e retornávamos no último ônibus possível.  Outros, só saíam nas férias. Era o caso dos que moravam muito longe, lá para o oeste do Estado. Vilson Kleinübing era um deles, coitado. Videira ficava tão longe que o tempo de viagem não compensava.

Em junho de 61, ânimos exaltados com a proximidade das provas parciais, um sábado à tarde, houve um entrevero entre o Paraná e um externo, por causa de um balão que tinha caído no pátio. Discutiram, mas ficou nisso pois tocou o sinal de final de recreio. No sábado seguinte, a expectativa. Será que o tal externo voltaria? Um por um, íamos à janela do estudo para verificar: - O cara tá aí! Findo o estudo o Paraná desceu para o pátio como que para o ringue. O padre bem que tentou evitar o confronto, mas não houve jeito. Esportivamente, fizemos uma roda e deixamos a briga acontecer. No momento em que o Paraná levava vantagem, outro externo furou a roda e pulou nas costas dele. Foi o que bastou. O Arthur Farias, interno conosco, entrou na briga, a roda fechou e o pau comeu. Saíram os dois externos estropiados em desabalada carreira e na saída do Colégio cruzaram com o “Porquinho”, guri da primeira divisão que muito piedoso estava saindo da capela com um missal nas mãos. Na corrida, acertaram um murro nele que caiu sentado, olho roxo, sem entender absolutamente nada do que tinha acontecido.


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Não! O aborto é tema de saúde pública e deve ser tratado como qual

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Não tenho opinião sobre o assunto…



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