O autônomo Marcos Felipe Souza da Silva, de 21 anos, morador de Brusque, passou um mês internado no hospital Marieta Konder Bornhausen após sofrer um acidente de trânsito em Itajaí. A família elogia o período que Felipe passou na UTI, mas se queixa da ala de internação do maior hospital da região. Apesar de ter recebido alta no dia 29 de maio, a família quis compartilhar o sofrimento que passou.
Natália Souza conta que o irmão e a cunhada sofreram o acidente de moto em um cruzamento no bairro Cidade Nova no dia 28 de abril. O carro que atingiu a motocicleta estava com faróis desligados ...
Natália Souza conta que o irmão e a cunhada sofreram o acidente de moto em um cruzamento no bairro Cidade Nova no dia 28 de abril. O carro que atingiu a motocicleta estava com faróis desligados e não parou no cruzamento, onde uma placa de “Pare” indica de quem é a preferencial. “A esposa teve uma luxação no quadril direito. Felipe voou cerca de seis metros, caindo de cabeça, ficando inconsciente na hora”, conta.
Felipe ficou 17 dias em coma na UTI e ao retomar à consciência, permaneceu mais três dias na unidade intensiva. “Os cuidados na UTI estavam sendo excelentes, com os médicos sendo prestativos e nos informando tudo. Ele teve um coágulo no cérebro, mas a tomografia mostrou que havia se dissipado e o inchaço também retrocedeu. As únicas lesões foram na costela e clavícula quebradas, ambas do lado direito. Ele teve início de pneumonia por conta da entubação e foi optado por traqueostomia para não piorar a saúde”, conta.
Com a melhora, ele foi transferido para um quarto de internação do Marieta e aí começaram os problemas. “Os cuidados decaíram, as enfermeiras brigam para não irem ao quarto fazer a higiene, ele perdeu peso e ainda pegou uma segunda bactéria por falta de cuidado dos médicos responsáveis”, alega a irmã.
Natália reclama da falta de atendimento dos enfermeiros nos quartos. “Os cuidados no quarto são péssimos, não funcionam os botões para chamar as enfermeiras. Elas levam mais de três horas para aparecer no quarto depois que a gente chama”, completa. Até o dia em que Felipe recebeu alta do hospital houve falha no atendimento, enquanto a família aguardava uma ambulância vir de Brusque para buscá-lo.
Faltam informações
Natália ainda se queixa da falta de informações confiáveis da equipe médica. “Os médicos da UTI nos informaram que ele iria precisar de fisioterapia para voltar a ter a sustentação do corpo. O único fisio que apareceu lá disse que na ficha do meu irmão constam apenas as lesões na clavícula e costela. Já um médico chamado Daniel disse tudo ao contrário, que o Felipe nunca mais irá andar ou falar direito por conta de uma lesão no cérebro. Esse mesmo médico diz que o Felipe tem uma lesão no joelho, que não consta na ficha do fisioterapeuta. O caso do meu irmão era de neurologia, mas na ficha constava cardiologia”, acusa a irmã.
Agora que Felipe está em casa, a família está refazendo os exames. “Estamos correndo atrás para refazer exames por conta própria. Ele se movimenta bastante, mas não tem fisio e não tem sustentação para se manter em pé sozinho. “Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance para que ele melhore. O descaso que ele sofreu no Marieta, assim como eu vi outras pessoas passando, é desumano”, continua Natália.
Hospital desmente
O hospital Marieta informou que o paciente recebeu os cuidados da equipe em todos os momentos da internação. Já sobre a ambulância, é seguido um protocolo. O veículo foi solicitado após a alta médica para a cidade de origem do paciente, neste caso Brusque, portanto, fica sob responsabilidade do município vizinho.