O anúncio de reajuste na tarifa de água e esgoto de Balneário Camboriú em 17,78% pegou moradores da cidade de surpresa. A novidade foi anunciada na segunda-feira, num texto publicado pela própria Emasa, em que a companhia anuncia investimentos e confirma o novo valor, que vale a partir de maio, com cobrança na conta de junho.
O jornalista Rafael Weiss, síndico de um prédio no centro da cidade, relatou ao DIARINHO que se sentiu prejudicado. Para ele, a correção é muito acima de inflação. “A Emasa pode praticar os preços que tinha sem se preocupar com aumentos de insumos e outros custos, pois sempre foi superavitária. Há pouco tempo a própria prefeitura pegou dinheiro de lá para cobrir outros custos,” analisou.
Rafael disse que durante cinco anos pagou caro pela tarifa e não recebeu o devido serviço, por conta de uma tabela diferenciada cobrada dos condomínios locais, com aumentos de até 70% – ...
O jornalista Rafael Weiss, síndico de um prédio no centro da cidade, relatou ao DIARINHO que se sentiu prejudicado. Para ele, a correção é muito acima de inflação. “A Emasa pode praticar os preços que tinha sem se preocupar com aumentos de insumos e outros custos, pois sempre foi superavitária. Há pouco tempo a própria prefeitura pegou dinheiro de lá para cobrir outros custos,” analisou.
Rafael disse que durante cinco anos pagou caro pela tarifa e não recebeu o devido serviço, por conta de uma tabela diferenciada cobrada dos condomínios locais, com aumentos de até 70% – que só foi revertida pela mobilização dos síndicos e seus condomínios junto à câmara.
“Nossas cisternas trazem água marrom. Numa volta de barco pelo Rio Camboriú, é fácil constatar que a estação de tratamento do Nova Esperança, que deveria ter 98% de eficiência, não dá conta e joga esgoto com tratamento incompleto no rio. É uma empresa em débito com a cidade”, acusa.
Vereadores criticam
No legislativo, também houve repercussão negativa. Vereadores de oposição como Marcelo Achutti (MDB) e Eduardo Zanatata (PT) reclamaram do aumento. Marcelo defendeu convocar o diretor da autarquia, Douglas Beber, para explicar o aumento e apresentar a planilha dos investimentos que justifiquem o valor anunciado.
Já Zanatta disse que é sabido que a Emasa segurou o reajuste durante a pandemia, não cortou a água até setembro último, e pode aplicar o IPCA, tarifa autorizada pela reguladora estadual. “Mas a questão é se precisa mesmo aumentar agora”, indagou. Segundo o vereador, a informação que o legislativo dispõe é de que a autarquia teve lucro.
Segundo a empresa, a justificativa para o aumento foi “oferecer eficiência e sustentabilidade” nos serviços de abastecimento, na “cidade mais saneada do Estado”, visando garantir a cobertura de 100% com esgoto tratado. A autarquia também alegou ao DIARINHO que será mantida a tarifa social para moradores de baixa renda que buscarem o benefício.
A empresa ainda argumentou que visa “manter a sustentabilidade”, seguir o marco legal do saneamento, e está amparada pela Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) e com base nos índices do IPCA e do IBGE, correspondentes à variação do período de agosto de 2019 até janeiro deste ano.
O diretor Douglas Costa Beber diz que a autarquia precisa de dinheiro para manter investimentos em ampliações e melhorias na rede de esgoto, além do projeto do Parque Inundável, que é anunciado como principal alternativa para evitar a falta de água durante a temporada.