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Crônicas da vida urbana

Por Crônicas da vida urbana -

O jardim e a jardinagem


Minha ideia de cidade bonita e feliz passa pela de uma sucessão de casas, em ruas arborizadas. E cada casa com seu jardim: aquela coisa bucólica, em rápida desaparição, das flores em canteiros, arbustos, uma ou outra árvore frutífera de estimação, pequena horta de temperos, casinha de cachorro, gramado para quarar a roupa lavada...

Nesse lugar idílico, um tiozinho com foice – aquela das caricaturas... – apara o gramado, depois varre com uma vassoura feita com os galhos das podas. As quais podas, juntamente com restos vegetais e a grama cortada, vão para uma pilha de compostagem, num canto discreto do quintal: com o tempo, tudo vira terra a ser usada na horta ou nos vasos. Um jardim não precisa gerar mais lixo, no qual as cidades estão se enterrando.

Nesse ambiente, o que se escuta são passarinhos nas árvores, vozes de conversas entre vizinhos, crianças brincando, talvez cigarras e grilos, galos, cães: todos sons de vida, de mecanismos e seres urbanos vivendo suas vidas em paz e tranquilidade.

Pura alienação minha: os tempos em que “O Jardineiro” era a profissão poética cantada pelo Rabindranath Tagore, ficaram no século passado. Agora, são mal vistos e até hostilizados. Dei-me conta dessa transformação recentemente, ao passar por uma casa onde desembarcavam equipamento de trabalho. Alguém passando por mim disse:

- Uh, que saco, dia de jardineiro na dona Fulana!

A pessoa passante – não a conheço – era, evidente, mal-humorada, mas não deixa de ter suas boas razões: o ruído das roçadeiras e, principalmente, dos tubos sopradores, é irritante; acredito mesmo que estejam acima da decibelagem permitida. Prolongam-se por muito tempo porque o instrumento é, além do mais, ineficiente. E acrescento que, em tempos de vírus chineses ameaçando a população, aquela nuvem de poeira que levantam, não pode ser saudável.

E há mais: se houver poda de árvore a ser feita, não será usado o velho serrote, mas essas máquinas agressivas, de filme de terror de segunda, que são as moto-serras. Essas levam a indignação aos seus limites: depois que param, foi mais uma árvore que desapareceu do ambiente urbano ou foi reduzida a arbusto. Menos oxigênio, menos absorção de águas pluviais, menos sombra no calor.

Enfim, sinais dos tempos. Não vamos atribuir aos jardineiros todo o desconforto proporcionado por uma cidade aos seus moradores. Há coisas piores: escapamentos de carros e motos, alarmes disparados, caminhões caçamba, freios, apitos e flatulência de caminhões, auto-falantes, maquitas e bate-estacas – enfim, o que se poderia chamar sem receio de exagero, uma “sinfonia infernal”.

Key Imaguire Junior


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