Matérias | Entrevistão


Vilfredo e Heloísa Schurmann

"Nós reciclamos só 6% no Brasil. Na Europa já é 50%. A própria China já está com 35% de reciclagem” (Vilfredo)

Idealizadores do projeto Voz dos Oceanos

Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

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A família Schurmann é mundialmente conhecida por suas expedições e também lidera o projeto Voz dos Oceanos, que tem a missão de conscientizar a sociedade sobre a invasão de microplásticos e outros agentes poluidores nos oceanos. Nos dois primeiros anos da expedição “Voz do Oceano”, a bordo do veleiro Kat, eles já testemunharam a presença de plástico e microplástico em cerca de 100 destinos de mais de 10 países das Américas do Sul, Central e do Norte e da Oceania. No sábado passado, eles deram início à fase terrestre do projeto, quando quatro jovens pesquisadoras saíram da Marina Itajaí para percorrer 7 mil quilômetros da costa brasileira, comprando mexilhões, ostras e vieiras para investigar a presença de microplásticos nestes organismos que são conhecidos como os “filtradores dos oceanos” e consumidos pelos brasileiros. A pesquisa é feita em parceria entre a Família Schurmann e a Universidade de São Paulo, por intermédio do professor Alexandre Turra. Antes da nova expedição, Vilfredo e Heloísa Schurmann conversaram com a jornalista Franciele Marcon. O casal explicou os objetivos do projeto, falou sobre as condições encontradas nos oceanos, destacou a necessidade da conscientização dos brasileiros com relação à natureza e à utilização de plástico. Usaram como exemplo a tragédia que ocorreu no Rio Grande do Sul que deve servir para “chacoalhar” os brasileiros para a necessidade da preservação ambiental. As imagens são de Fabrício Pitella. A entrevista completa, em áudio e vídeo, você confere no Portal DIARINHO.net e em nossas redes sociais.


 

 

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DIARINHO – Vocês foram pioneiros em alertar sobre os riscos da degradação ambiental no planeta Terra. A tragédia climática no RS provoca qual reflexão?

Heloísa: primeiro uma reflexão de muita tristeza pelo que está acontecendo, perda de vidas, perda de propriedades. Segundo, vem nos provocar um alerta, como um aviso, que essas catástrofes de grandes proporções não são causadas diretamente pela chuva. Elas são causadas pela ação do homem na natureza. O professor Alexandre Turra, da oceanografia da USP, explicava que devido ao aumento de CO2, inclusive da grande demanda de fabricação de plásticos, que vem do petróleo, o aumento do petróleo, tem causado o aumento da temperatura da terra. Para nós tem esses dois pontos.
Vilfredo: Os oceanos é que regulam o clima da terra. Isso já está comprovado. O grande problema, hoje, é mais de um milhão de toneladas de plástico jogadas todos os anos na costa brasileira. Ou seja, é como a floresta Amazônica onde, vamos dizer, a floresta faz a fotossíntese, recebe o gás carbônico e emite oxigênio. O oceano é a mesma coisa com os fitoplânctons, fazem a fotossíntese. E o que tá acontecendo? Os oceanos, com esse microplástico, estão desregulando. Não é só aqui no Rio Grande do Sul não. Vai em todas as partes do mundo. O problema do plástico é sério, realmente. E mais, fitoplânctons, onde tem, vamos dizer assim, os krills, que é tipo um camarãozinho, ele vai comendo o microplástico. Os peixes vão comendo, as baleias, é uma cadeia, uma destruição... A floresta Amazônica representa 13% do nosso oxigênio. Agora, os oceanos  60%. O mundo inteiro fala da floresta, é importante preservar, mas esquecem os oceanos que são muito mais importantes.


 

DIARINHO – Vocês sempre optaram por fazer essa conscientização ambiental a partir de expedições no oceano, mas estão liderando essa missão inédita que será por terra. O que muda nessa aventura?


Vilfredo: Surgiu uma ideia: “nossa, puxa vida, a gente tem que fazer alguma coisa na costa brasileira”. Porque o barco hoje, o veleiro Kat, está na Nova Zelândia com o nosso filho, que é o capitão do barco, que prepara o barco para a gente ir para a Ásia. E nós, puxa vida, temos que fazer alguma coisa na costa brasileira, em termos, principalmente, dos bivalves, ostras, mariscos, para ver a contaminação de microplástico. Surgiu a ideia: por que não ir com a picape? As coisas foram dando certo, acontecendo. Nós temos quatro especialistas, bióloga marinha, oceanógrafo, que vão estar junto, e a USP, com o professor Turra.
Heloísa: É um projeto prático. O momento que se analisa aquilo que nós estamos consumindo; que serão comprados os mariscos, as ostras, os mexilhões, e se analisa para ver a quantidade de microplástico. Vai se analisar a segurança alimentar.

 

Paramos em 100 lugares, em 10 países e todos eles, sem exceção, contêm plásticos e microplásticos” (Heloísa)

 

 


DIARINHO – O veleiro Kat foi atingido por um ciclone em Fiji, no arquipélago da Oceania, em outubro do ano passado. A forte tempestade deixou avarias na embarcação e deu um susto na tripulação. Já estão recuperados desse episódio?

Heloísa: Eu estava a bordo. A questão da mudança climática, a estação de furacão começa em novembro e vai até julho. Para evitar que fôssemos pegos por uma tempestade, um furacão, saímos em outubro. Aconteceu de a gente estar quase no meio da viagem e surgiu, que nunca teve, um furacão. E muito rápido. A questão da mudança muito rápida que não está sendo prevista e com força muito grande. Já está sendo recuperado [o veleiro], o Wilhelm tá fazendo manutenção, por isso ele está lá, para a gente logo voltar para o mar. [Foi um susto muito grande?] A gente vai com um planejamento, mas a natureza planejou diferente para a gente. Foi muito grande o susto. [E já tem previsão de vocês saírem com o Kat novamente?] Sim, nós estamos esperando justamente acabar a estação de furacão e os reparos. Porque são reparos que demoram mais tempo. Mais ou menos no segundo semestre a gente está indo.
Vilfredo: Na primeira semana de julho nós estamos saindo. Mas resolvemos todos os perrengues que tivemos. Foi tudo resolvido. Nós temos essa quilha retrátil, que é uma quilha que nunca foi feita... No Brasil nunca foi feita nesse tamanho. Foi feita aqui em Itajaí, no Senai. Foi um negócio muito legal, e o barco já tem 10 anos. Nessa tempestade violenta, a gente teve um probleminha pequeno na quilha. [Nunca foi feita uma quilha retrátil desse tamanho, e foi feita aqui em Itajaí. As pessoas têm pouco conhecimento de como Itajaí é um polo náutico...] É Caribone na Itália, nos Estados Unidos e na Dinamarca, e Itajaí também.
Heloísa: Não só isso, mas o barco foi construído aqui. Aqui é o berço do veleiro Kat. O veleiro, com todo o pessoal, mão de obra que esteve aqui para construir o barco.

 

Nós somos o quarto maior produtor de plástico do mundo” (Vilfredo)

 


DIARINHO – Essa nova aventura tem outra característica inédita: será protagonizada apenas por mulheres. Por que optaram por essa separação de gênero se o conceito até então era “família Schurmann”, com homens e mulheres a bordo?

Heloísa: Porque o universo conspira a nosso favor. Sinal dos tempos também. Por exemplo, já nessa última expedição quando nós começamos a etapa de Galápagos até a Nova Zelândia, durante oito meses, a tripulação já era maioria mulher. Era eu, a Érica, a esposa do nosso filho capitão, a Carmina, que era câmera e pilota de drone. A Catarina, que inclusive está nesta expedição, oceanógrafa e mergulhadora. Já eram quatro mulheres e somente dois homens a bordo. Quando nós começamos a procurar, o professor Turra indicou a oceanógrafa que está liderando o projeto. Depois veio a Catarina também. A menina que está fazendo a parte toda de filmagem e de logística. São todas meninas, mulheres.
Vilfredo: Me lembro que na Oceanografia na Univali, é muito forte, no início eram só homens. Hoje tem mais mulheres do que homens. A fundação Getúlio Vargas (SP) hoje tem mais mulheres do que homens. As mulheres tão dominando.

 

“No Oceano Atlântico a gente vê uma poluição bem grande” (Heloísa)

 

DIARINHO – Serão percorridos 7 mil km passando por 20 cidades, partindo de Itajaí até Belém do Pará. Quanto tempo vai durar essa aventura?

Vilfredo: Nós vamos sair daqui de Itajaí e são 60 dias. O carro, quero registrar aqui, que nós temos uma parceria muito bacana com a Localiza e com a Mitsubishi, que cedeu a picape para nós. Porque sem esses apoiadores, sem esses patrocinadores, é muito difícil fazer. Porque tudo é custo. O pessoal que vai, essas cientistas, nós tivemos que tirar de lá da universidade, que estavam fazendo seus trabalhos. Eu fico muito feliz de a gente ter esse apoio da iniciativa privada.

 

“Nos Estados Unidos é de arrepiar o consumo e a produção de plástico” (Heloísa)

 

DIARINHO - Uma das formas de alertar sobre a poluição será através de testes em ostras e mexilhões comprados nos mercados locais por onde passarem para serem enviados aos laboratórios da USP. O que pretendem demonstrar?

Heloísa: Os resultados são ver a quantificação desse microplástico nos alimentos e uma questão de segurança alimentar. Esse ponto para mostrar que aquilo que a gente está comprando para consumir está contaminado com o microplástico.

 

“Todo mundo dizia: país maravilhoso, não tem furacão, não tem terremoto, não tem tsunami. Mas chegou uma hora que a natureza disse assim: “Gente, vamos começar a pensar no que vocês tão fazendo” (Heloísa)

 

DIARINHO – Qual o risco da contaminação por microplástico?

Vilfredo: Nós tivemos a experiência inclusive na costa brasileira, na Voz dos Oceanos. Nós acompanhamos uma cientista lá em Natal. Ela está fazendo um trabalho do microplástico já dentro do peixe. Nós fomos no mercado público de peixe, ela comprou o peixe, fomos para o laboratório, tirou as vísceras, cortou o peixe em postas e botou no microscópio. Tinha microplástico. Não é que todos os peixes vão ter microplástico, mas está acontecendo. O lixo, o plástico, tem que ir para a lixeira, tem que ser reciclado. Nós reciclamos só 6% no Brasil. Na Europa já é 50%. A própria China já está com 35% de reciclagem.
Heloísa: E essa questão do microplástico na saúde humana já foi encontrado, comprovado em várias partes. No leite materno, na placenta, e tem consequências. Mas eles precisam de um estudo muito mais acurado para poder comprovar. Eu participei do Plastic Health Coalition, que foi o primeiro congresso, em 2018, sobre o plástico no ser humano. Eram 15 especialistas nas áreas todas. Principalmente na área de endocrinologia. Eu não sou cientista, aquela tela de 20 metros mostrando os resultados na urina, no sangue, no pulmão. Eu olhei aqueles pulmões grandes cheios de peninhas que são os microplásticos das roupas - mostrando que já havia esse estudo na Europa, nos EUA. Quantos anos demorou para as pessoas entenderem que o cigarro mata? É um estudo longo...

 

“O governo tem que ajudar porque o plástico que é reciclado tem que ser mais barato” (Vilfredo)

 

DIARINHO – Em cada cidade que a expedição passar também fará visita a projetos socioambientais, pontos turísticos ou locais com gastronomia típica e sustentável. Por que esse contato com a cultura local é importante para o resultado da expedição?

Heloísa: Para mostrar que esses lugares, que como nosso litoral, têm um grande afluxo de pessoas, turistas, mostrar também esses lugares. As pessoas, às vezes, não conhecem, não estão sabendo. Acho que é para que as pessoas conheçam a cultura desses locais. A questão da cultura local é justamente para mostrar num afluxo até do litoral, que muitas pessoas vão passar a conhecer. E num apoio da marca Brasil Embratur para divulgar muitos lugares do Brasil.
Vilfredo: Nós temos quatro pilares na Voz dos Oceanos. Comunicação: comunicar com o público, para o público saber o que está acontecendo. Nós temos o lado científico, que a USP está conosco e a Univali também. Nós temos o lado de inovação, coisas novas que estão passando. O pessoal “mas e o plástico?” A gente sabe que o plástico não vai acabar. Mas ele pode mudar a matéria-prima, para não ser o plástico que nós temos hoje. E nós temos a arte e a educação. Nós temos games, portal educacional. A gente envolve todos esses pilares e as pessoas especializadas em cada área. Elas vão levar em todas as cidades, pequenas mesmo, lá no nordeste, porque no nordeste a rádio é muito forte.

 

DIARINHO – O projeto Voz dos Oceanos é um movimento mundial de combate à poluição por plástico. Desde 2021 são 60 destinos já percorridos. O que apuraram sobre a contaminação nos oceanos?

Heloísa: Nós fizemos dois anos e dois meses desde que nós saímos daqui de Santa Catarina. Paramos em 100 lugares, em 10 países e todos eles, sem exceção, nem na menor praia, nem no menor atol,  todos contêm plásticos e microplásticos. Essa foi uma constatação muito grande nesse lado negativo. Nesse lado, assim, impactante. Mas, por outro lado, eu digo assim, eu fiquei muito feliz de ver que há várias pessoas no mundo inteiro trabalhando para mudar esse cenário. São ONGs, são escolas, são vilas, que já estão trabalhando para mudar esse cenário. Não só implantando uma questão de limpeza de praias, mas também de transformar esse plástico que pode ser reciclado em móveis, redes de pesca e outros produtos para você levar, sacolas retornáveis e por aí em diante. Um lado antagônico de você olhar a tristeza de ver, mas ao mesmo tempo, esse outro lado positivo de ver as pessoas tentando mudar – e a maioria mulheres.

 

DIARINHO – Onde vocês encontraram os oceanos mais poluídos?

Heloísa: Até agora nós atravessamos do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. O Oceano Pacífico está muito poluído. Porque as correntes trazem esse plástico dos rios. Geralmente é dos rios que eles vêm, e trazem esses plásticos para o oceano. Mas o Oceano Pacífico está muito poluído. No Oceano Atlântico a gente vê uma poluição bem grande. No Oceano Pacífico está muito poluído.

 

DIARINHO – O Brasil é o maior produtor de plástico da América Latina, despejando 325 milhões de quilos ao ano no mar. Por que se consome tanto plástico?

Vilfredo: Nós somos o quarto maior produtor de plástico do mundo. Estados Unidos, Índia, China e Brasil. O plástico está em tudo. A Nova Zelândia há 23 anos, quando nós íamos no supermercado, você tinha, para dizer, produtos de limpeza. Você tinha o conteinerzinho ali. Você ia para a máquina, enchia, pegava, pagava e usava esse produto várias vezes. Uma mudança tem que haver.
Heloísa: Uma mudança de consciência. Nós temos que ter leis. Inclusive já no Senado, nós já estamos para eliminar a fabricação de plástico de uso único, que esse é o piorzinho que se encontra. Só um exemplo: balão de festa de aniversário, de casamento, que enrola nos animais. Uma matança muito grande. Quem precisa de balão de festa? Ninguém! Mas é um elemento que está inserido na vida de todo mundo. Talherzinho de plástico. A sacolinha plástica, que é a grande vilã dos supermercados, mercados. Nós temos que parar primeiro a produção e educar as pessoas. As cidades precisam mudar as leis também. Para que não se fabrique e que não se utilizem esses. O brasileiro tem que começar primeiro a mudar. Não estou dizendo que o brasileiro é o pior país. Tem outros. Tivemos nos Estados Unidos – um horror. Os Estados Unidos é de você se arrepiar de ver o consumo e a produção de plástico. Mas tem que haver no Brasil uma mudança de mentalidade. Quando fala que tá fazendo a limpeza de praia, não é pela limpeza de praia, mas é mostrar para as pessoas que elas têm que mudar. Por exemplo, no México, nós visitamos um parque que eles estavam inaugurando que não tinha lata do lixo. O coordenador falou “o que vocês notam de diferente?” Um parque lindo. Não tem lata do lixo. Por quê? Eles, em vez de ter uma lata do lixo, de ter um trator para recolher o lixo e um caminhão, eles pagam a um fiscal, vários fiscais, que vão controlar as pessoas. Você traz o teu piquenique, você tem que levar de volta o teu lixo. Não tem onde você jogar fora. Se você deixar para trás, eles vão atrás de você no estacionamento e te aplicam uma multa. As pessoas têm que ser reeducadas por bem ou por mal. Nós brasileiros temos que ser reeducados.
Vilfredo: É como o cinto de segurança. Quando dói no bolso, entende.

 

DIARINHO – Qual o papel das fake news e do negacionismo científico nas tragédias climáticas?

Vilfredo: O que a gente tá vendo, a gente tá acompanhando o mundo inteiro, é uma coisa muito séria. Pesquise na imprensa, em local sério que falam as coisas, confere. Muita gente não confere. Pega aquele negócio e passa adiante. Hoje tem aplicativos que você entra para as pessoas também olharem esse outro lado se é verdade ou fake. Não simplesmente entrar aqui e divulgar uma fake news, que isso é o maior absurdo.
Heloísa: O negacionismo existe. Eu fui a um aniversário e a pessoa, dona da festa, falou: “não me fale de plástico”. Opa, tudo bem, não vou falar. Eu sentei na mesa, e as pessoas falando; “ah, não tem jeito, brasileiro é assim mesmo, nós vamos viver assim mesmo”. “Eu não tenho filhos”, um casal dizendo, “eu não vou ter filhos porque eu não quero deixar para eles”. Eu digo, e você não vai fazer nada? “Ah, não, porque eu não acredito. É mais fácil cair um meteoro na terra, é mais fácil haver uma guerra e matar”. Eu disse, gente, isso tudo que você tá falando são hipóteses, e o que está acontecendo, está aí, mostrado. “Ah, mas não me toca”. As pessoas também têm esse negacionismo que não querem ver... E não só as pessoas, a própria indústria  quer mudar tua ideia. “Não, plástico é bom para a saúde”. Não nego o valor do plástico na indústria hospitalar, que é fundamental para a saúde das pessoas. Mas a questão do plástico do dia a dia, as pessoas têm que parar de pensar que não existe, que é fake news, que isso aí não vai acontecer. Tanto que a gente vê o que está acontecendo. É uma sacudida, isso acontece no Brasil também. Todo mundo dizia:  país maravilhoso, não tem furacão, não tem terremoto, não tem tsunami. Mas chegou uma hora que a natureza disse assim: “Gente, vamos começar a pensar o que vocês tão fazendo para a gente”. A natureza está sendo sofrida. Não pode ser negacionista. As pessoas têm que buscar informação. Vai buscar informação, como o Vilfredo falou, na fonte certa. Não pode fazer esse negacionismo.
Vilfredo: O governo tem que ajudar também, em termos, vamos dizer, do próprio plástico. As leis, em cada cidade, têm coleta seletiva. Já tem lei para isso. Mas fiscalizar, como a Heloísa falou, em termos de ter um fiscal, fiscalizar quem tá fazendo, o que tá fazendo, qual cidade tá fazendo. Itajaí tá fazendo alguma coisa legal? Quanto que vocês já recolheram de plástico? Porque esse plástico todo ele é reciclável. O governo tem que ajudar,  porque o plástico que é reciclado tem que ser mais barato. Hoje é mais caro por causa dos impostos. O imposto é maior do que um plástico da fonte. Sejam todos, todos vocês, sejam a voz dos oceanos.
Heloísa: Eu termino aqui fazendo um convite para as pessoas: fechem os olhos e respirem. E digam: “Obrigado, oceano, por me dar esse ar, de graça, que eu estou respirando”. Cabe a nós, não só agradecer, mas mudar todas as nossas atitudes. Ser a voz dos oceanos para a gente poder continuar respirando.

 

Raio X

 

NOME: Vilfredo Schurmann

NATURAL: Florianópolis

IDADE: 75 anos

FORMAÇÃO: economista

 

NOME: Heloísa Schurmann

NATURAL: Rio de Janeiro

IDADE: 77 anos

FORMAÇÃO: professora de Inglês pela New York University com especialização em Pedagogia; escreveu quatro livros

 

ESTADO CIVIL: casados

FILHOS: Pierre, David, Wilhelm e Kat (in memoriam) e cinco netos

TRAJETÓRIA: em 14 de abril de 1984, Vilfredo e Heloísa partiram de Florianópolis com os filhos Wilhelm, David e Pierre para a primeira navegação que durou 10 anos de aventuras. Em 1997, com a filha Kat, de 5 anos, iniciaram a expedição “Magalhães Global Adventure”, que percorreu, em 912 dias, 32.657 milhas, passando por 48 portos, 31 ilhas, 19 países e nove territórios. Com o moderno e sustentável veleiro Kat, em 21 de setembro de 2014 eles retornaram aos mares com a  “Expedição Oriente”. A terceira volta ao mundo foi concluída em 10 de dezembro de 2016, quando a tripulação ancorou em Santa Catarina, após mais de 800 dias no mar. No retorno desta expedição, a Família Schurmann fundou o projeto Voz dos Oceanos, com a missão de conscientizar a sociedade sobre a poluição pelos resíduos – incluindo plástico e microplásticos – nos oceanos. A expedição já navegou por quase toda a costa brasileira, Caribe, EUA, México, Panamá, Polinésia Francesa até Nova Zelândia, na primeira etapa da missão. Acompanhe o projeto sas mídias sociais: @voiceoftheoceanorg ou  @vozdosoceanos




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