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Crônicas da vida urbana

Por Crônicas da vida urbana -

Velhos botecos


Surpreende o quanto nossa vida urbana se está transformando sob nossos olhos – se para o bem ou para o mal, “o futuro dirá”. Ou não dirá coisa alguma, omitindo de se comprometer com essa situação confusa.

Vejo uma tensão crescente, por exemplo, nas questões referentes ao uso da cidade: se a partir da habitação ou saindo dela.

As forças centrífugas, isto é, que expelem as pessoas dos ambientes domésticos para as ruas e espaços públicos, são poderosas. Casas pequenas demais, dimensionadas para uma vida digital, tendem a se igualar àqueles hotéis para claustrófobos japoneses: só cabe a cama, a TV, o celular e o notebook.

A impossibilidade de trazer um mínimo de vida externa – uma visita, um item não digital ou qualquer coisa que seja, como que obrigam a uma vida externa à casa. O próprio prestigiamento crescente do carro aponta nessa direção.

Mas há fatores que determinam o que poderá chegar a ser uma “sociedade agorafóbica”: as forças centrípetas. Uma porcentagem que se aproxima dos cem por cento das pessoas que abandonam suas casas em favor dos apartamentos, alega questões de segurança. Sem contar que é um falso argumento, só quem ganha com isso são os imobiliaristas.

E chegamos ao ponto: a atração das pessoas para fora de suas casas. Vejo com certa perplexidade o aumento descontrolado (?) de bares e restaurantes – sempre cheios de gente. Todos carregando no bolso ou na bolsa, seu escritório, seu trabalho, suas relações de todos os tipos e, mesmo, toda a vida pessoal. Portanto, um bar lotado não significa interações sociais intensas e contínuas: pode ser mesmo, e é comum que assim seja, um lugar onde o relacionamento ocorre pelo celular – o ambiente ao redor serve a iludir a solidão.

Nunca fui frequentador assíduo de botecos, mesmo porque recusei sempre a me deixar trancafiar em ambientes diminutos, onde não posso juntar quanta tralha queira... Mas conheci esses lugares antigos, onde havia quem fizesse “ponto”, indo todo dia conversar, tomar um trago, jogar sinuca, baralho ou dominó – mas, principalmente, conviver.

Eram lugares onde, antes de mais nada, se era reconhecido, uma certa familiaridade com os demais frequentadores e atendentes era de lei. Os cheiros eram parte desse acervo: um pouco da cachaça, um pouco dos salgados na pequena vitrine aquecida, um pouco dos rollmops, dos salames e dos queijos para tira-gosto...

Mas o essencial são as mesas pequenas, onde se pode conversar sem ser aos berros e não é necessário chamar o cara da mesa de trás como celular...

Key Imaguire Junior


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