Embora o verão seja sinônimo de praia, descanso e curtição, essa esperada estação do ano também reserva surpresas que colocam em risco a saúde. Entre elas está a dengue que, segundo o Ministério da Saúde, registra um aumento de 15,8% entre janeiro e novembro no país. E a tendência é de maior aumento já em dezembro. As elevadas temperaturas aliadas ao alto volume de chuvas, característicos do verão, criam um ambiente favorável à proliferação do mosquito. Santa Catarina é o terceiro estado brasileiro com maior incidência da doença.
O médico infectologista Raphael Bertoncini, da Secretaria de Saúde de Itajaí, diz que após o aparecimento dos sintomas o paciente deve aumentar a ingestão de água, procurar atendimento médico e uma unidade de saúde para que seja feita a testagem. “Mesmo em caso de febre e dores, as pessoas também devem evitar tomar anti-inflamatórios, que não são recomendados. Devem ingerir apenas Paracetamol e Dipirona.”
Já no caso de testagem, o material é colhido nas unidades da rede municipal de saúde e o exame é realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC), em Florianópolis. O resultado ...
O médico infectologista Raphael Bertoncini, da Secretaria de Saúde de Itajaí, diz que após o aparecimento dos sintomas o paciente deve aumentar a ingestão de água, procurar atendimento médico e uma unidade de saúde para que seja feita a testagem. “Mesmo em caso de febre e dores, as pessoas também devem evitar tomar anti-inflamatórios, que não são recomendados. Devem ingerir apenas Paracetamol e Dipirona.”
Já no caso de testagem, o material é colhido nas unidades da rede municipal de saúde e o exame é realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC), em Florianópolis. O resultado sai em média uma semana depois. Há também os testes rápidos, que podem ser feitos nas grandes redes de farmácia da região e o resultado sai em minutos. Os preços oscilam entre R$ 39,90 e R$ 89,90 e a segurança é de 99,9%, desde que seja realizado após o quarto dia dos sintomas.
Raphael Bertoncini não questiona a eficiência dos testes de farmácia, mas indica que o paciente se consulte com um médico para identificar outras doenças possíveis. A leptospirose, por exemplo, é uma das diversas doenças infecciosas que têm sintomas parecidos.
Mais casos na região
Municípios que compõem o nosso belo litoral estão entre os que registram maior incidência de dengue no estado. Segundo as estatísticas da Secretaria de Estado da Saúde divulgadas em 4 de dezembro, Balneário Camboriú ocupa a nona posição no ranking estadual com 4087 casos confirmados neste ano e taxa de incidência de 2918 registros a cada 100 mil habitantes.
Na sequência, aparecem Navegantes na 16ª posição (1830 casos e incidência de 2064), Itajaí em 19º (4417 casos e incidência de 1516), Penha em 21º (400 casos e incidência de 1197) e Itapema em 24º (700 casos e incidência de 918)
Em nota, o Ministério da Saúde destacou que a projeção de aumento de casos de dengue neste verão se deve a fatores como a combinação entre calor e chuva intensos, possíveis efeitos do El Niño, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Com as mudanças climáticas, altas temperaturas e períodos chuvosos, a expectativa é que o número de criadouros aumente”, diz a nota.
Prevenção é a melhor arma
O médico infectologista Raphael Bertoncini diz que as pessoas precisam ser conscientes e cada cidadão assumir a sua responsabilidade em relação à dengue, porque a doença só acontece porque o vírus se manifesta no mosquito e ele só vai existir em locais que propiciem o seu crescimento. “O Aedes aegypti tem como criadouros entulhos, plantas que acumulam água, terrenos que não são limpos adequadamente, onde os mosquitos põem seus ovos e completam seu ciclo. As pessoas têm que ter consciência de fazer a sua parte. As administrações locais não podem entrar nas casas e terrenos para fazer isso”, destaca.
O infectologista diz que o empenho da sociedade para eliminar os criadouros e evitar água parada é crucial para minimizar a proliferação da doença. “As medidas são simples e podem ser implementadas na rotina, pelo menos uma vez por semana. Em áreas endêmicas as pessoas podem até usar repelentes, mas o fundamental é trabalhar no sentido de minimizar o surgimento dos focos.”
Sintomas da doença
Os sintomas iniciais da dengue incluem febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, nas articulações e fraqueza. Outros sintomas são cansaço extremo, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, náuseas, vômitos e dores abdominais.
Ao contrário das gripes em geral, na dengue não há sintomas como catarro e tosse. A presença do vírus no organismo atinge seu pico nos primeiros dias da infecção e diminui na sequência, abrindo caminho para anticorpos combaterem a doença. No entanto, há pacientes que podem experimentar uma resposta agressiva do organismo, levando a um agravamento do quadro.