Oque era pra ser um momento de comemoração e alegria, se transformou num pesadelo pra mais de 200 alunos de duas escolas de Penha e uma de Balneário Piçarras. As formaturas dos estudantes do terceirão tava prevista pra ser na terça, quarta e hoje, no Silva Centro de Eventos, o Bailão da Silva, no centro de Penha. Por conta de uma ação do ministério Público, no entanto, o local foi interditado, fazendo com que a direção cancelasse os eventos agendados.
O local já estava interditado por ordem da justiça. Até terça-feira, a direção do Bailão do Silva esperava uma decisão judicial que permitisse a abertura do local ao menos para a realização das três ...
O local já estava interditado por ordem da justiça. Até terça-feira, a direção do Bailão do Silva esperava uma decisão judicial que permitisse a abertura do local ao menos para a realização das três formaturas. Mas a promotoria se posicionou contra a reabertura e o recurso dos advogados não foi acatado.
Na terça-feira, o local receberia os formandos do colégio Manuel Henrique de Assis, do centro. Ontem, seria a vez dos alunos do João Batista Paiva, da Armação. Hoje, da alunada do Alexandre Guilherme Figueiredo, do centro de Piçarras.
Os 70 formandos da escola Manuel Henrique de Assis chegaram a decorar o salão do Silva pra festa de terça-feira. Horas antes do início da festa, alunos e convidados esperavam na frente pra entrar, até que receberam a notícia de teriam que voltar pra casa.
“Ficou todo mundo esperando na chuva”, conta a estudante Ana Luíza da Rosa de Souza, 18 anos, uma das formandas. Até a polícia militar foi chamada, porque ninguém atendeu e as portas ficaram fechadas.
A estudante conta que hoje foi marcada uma reunião entre os pais dos alunos e a direção do Bailão do Silva. Uma das propostas é que a casa pague outro local pra realização da festa.
O problema será conseguir agenda nessa época de fim de ano. “A gente perde até a esperança. Não tem mais vontade de fazer mais nada”, desabafa Ana Luiza, lamentando o episódio. O mais provável é que a cerimônia só ocorra em janeiro.
Sem prevenção de incêndio e sem isolamento acústico
O Bailão do Silva foi proibido de abrir por força de uma ação do ministério Público que cobra adequações de segurança, sistema preventivo de incêndio e isolamento acústico. Desde a sexta-feira passada a agenda foi cancelada.
Em nota, o salão admite que não pode abrir na terça-feira para os alunos em virtude da ação. O local promete fazer as adequações, mas que o trabalho é de alto custo e demorado.
Pra formatura de terça, segundo a nota, houve uma conversa entre a juíza da comarca de Balneário Piçarras e um advogado, pai de uma formanda. “Verbalmente, ficou acordada a permissão para realização exclusiva desta formatura. Contudo, fatos alheios à nossa vontade fizeram a juíza reverter o acordado e não mais permitir que a formatura fosse realizada em nossa casa de shows”, alega o Bailão do Silva, na nota, pedindo desculpas aos alunos, pais e professores.
“Faltou um pouco de bom senso”, diz diretor de escola
O diretor do colégio Estadual João Batista Paiva, Osmauro Luiz Fassbinder, conhecido por professor Zaca, lembra que as datas já tavam agendadas desde o começo do ano. Ele conta que sempre fez as formaturas no Bailão do Silva e não sabia das irregularidades do local. O estabelecimento não cobrava a locação do espaço, apenas os custos com taxa de limpeza e de segurança, que deu R$ 3 mil.
Zaca chegou a conversar com a juíza do caso, quando foi sugerido que o local abrisse só para as formaturas e depois só viesse a reabrir com todas as irregularidades corrigidas. A alternativa, no entanto, dependeria do aval do ministério Público.
O salão chegou a entrar com a petição, mas como o promotor não aceitou, a juíza não permitiu a reabertura. “Faltou um pouco de bom senso”, avalia Zaca.
Os 35 formandos da escola de Zaca conseguiram marcar pra hoje a formatura, na sede do sindicato dos Metalúrgicos, em Penha, mas os pais estudam processar o Bailão do Silva. Já os mais de 100 formandos de Piçarras buscam outro lugar.
