Em tempos eleitorais e depois do revanchismo do lulismo e bolsonarismo, muito se fala sobre Direita e Esquerda. Com algumas reservas, os termos foram usados separar nobreza e os representantes do Terceiro Estado em relação ao Rei, durante o período da Revolução Francesa [1789].
O sentido das expressões se refere ao posicionamento político frente às condições humanas. No caso da esquerda, as desigualdades sociais e econômicas devem ser corrigidas pelo Estado ou pela Política. As desigualdades sociais surgem em virtude dos descompassos econômicos e, portanto, não são naturais. Por essa razão, este grupo acredita que somente com a Política é que se pode corrigir as desigualdades. Por isso também a defesa da intervenção do Estado na vida econômica é considerada fundamental.
Para a Esquerda, a liberdade do indivíduo somente poderá surgir após a compensação e correção das desigualdades econômicas. Em semelhança de condições materiais entre os indivíduos é que se pode aferir a conquista das igualdades políticas e sociais. Eis aí o papel do Estado na vida dos indivíduos. Para todas as outras instituições que se firmam na manutenção das condições da vida social e política, como seria o caso da Religião, o sinal é que devem ficar fora das definições do Estado e da Política. Este regime seria exclusivo do Estado e a Política seria de compensação e correção de desigualdades materiais produzidas no âmbito econômico. O Estado é responsável pelo bem-estar dos cidadãos. Políticas de Inclusão Social e Econômica são expressões dessa diretriz.
Para a Direita as condições humanas devem ser superadas pelo próprio indivíduo dentro de regras de mercado ou disposições econômicas. As conquistas devem ser alcançadas no âmbito da economia e o Estado deve se excluir ao máximo em agir sobre a vida das pessoas. A função da Política é garantir que a concorrência do mercado tenha regras adequadas para o bom desempenho dos agentes políticos. A desigualdade seria resultado das diferenças entre os indivíduos.
Neste campo ideológico, há preferência do caráter individual e do desempenho pessoal em detrimento do controle social e político dos cidadãos. Com as concorrências individuais haveria, naturalmente e não pela intervenção do Estado, a evolução da sociedade e do indivíduo. A solidariedade entre os indivíduos é parte da decisão pessoal, e não uma atividade de Estado. É por isso que a Direita é contrária a mudanças, a revoluções e acredita na estabilidade do setor econômico para o pleno e contínuo desenvolvimento humano e evolução econômica. Os indivíduos são livres para provocar sua própria evolução e serem desafiados pela própria vida. Não é a Política e o Estado que desenvolvem a Economia, mas a Economia e suas transformações que desenvolvem o Estado e a Economia.
Se você encontrar candidatos que sejam capazes de expressar sua conduta ideológica e se elas coincidirem com as suas, então você tem um caminho para enviar seu voto com segurança.
