Quando vigário paroquial em Itajaí, insidiosa doença já o acometera, minando irremediavelmente sua saúde. Ainda veio a assumir os cargos de pároco de Nossa Senhora da Glória, no Balneário Estreito, Florianópolis, e vigário paroquial de São Sebastião, em Tijucas. Depois disso, retirou-se para uma casa de repouso e, por fim, à casa de familiares em Antônio Carlos, onde veio a falecer.
Intelectual de escola, formado em Teologia pela Pontíficia Universidade Gregoriana, em Roma, a par do dedicado exercício no ministério paroquial, em diversas localidades da Ilha de Santa Catarina, e noutras paróquias da Arquidiocese de Florianópolis, dedicou-se a profícua docência no Instituto Teológico de Santa Catarina/ITESC, onde lecionou História da Igreja. E foi também pesquisador da Faculdade Católica de Santa Catarina/FACASC.
Como pesquisador, seu campo de estudos e produção de livros esteve atinente à História, notadamente à história eclesiástica de Santa Catarina. Era, sem dúvida alguma, o mais destacado historiador eclesiástico catarinense. É autor da coleção “Santos Populares”, com mais de uma dezena de volumes; “Azambuja – 100 Anos”; “Dom Joaquim Domingues de Oliveira”; “Garopaba – Recordações da Freguesia”; “Dom Jaime de Barros Câmara”; “Dom Afonso Niehues – A Palavra do Pastor”; “Brasil – 500 Anos de Evangelização”; “O Universo Religioso”, “História de Nossa Senhora do Desterro”; “O Clero Catarinense – 1500/1983”, em três volumes. Nessa obra em que historia a vida de todos os sacerdotes que trabalharam em Santa Catarina, naquele período, demonstrou toda a franqueza e honestidade intelectual que o marcavam como historiador, não deixando de registrar passagens obscuras, até então nunca ou pouco referenciadas, em biografias de padres do Estado.
Em Itajaí, quando pároco, no ano de 2005, a propósito do cinquentenário da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento, publicou o inigualável livro “A Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento – História e Teologia da Beleza”. Essa obra escrita com muito carinho, depois de amplos estudos, traz não só relevantes conhecimentos históricos, teológicos e artísticos deste templo catarinense de maior beleza arquitetônica e artística, como o autor se propõe a ensinar e encantar a todos os leitores, fazendo de sua leitura um prazer inexcedível.
Celebrado ainda em vida como maior historiador eclesiástico de Santa Catarina e competente escritor, Padre José Artulino Besen foi sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e membro da Academia Catarinense de Letras.
Honra a quem muito honrou a religião e a cultura dos catarinenses.