Ele era filho de Antônio da Silva Ramos e Fortunata da Silva Mafra. A família da mãe, Silva Mafra, tinha grande conhecimento em Santa Catarina. Foi casado com Maria Cândida de Macedo Ramos e pai de Abílio, Osni, Cesar, Hélio, Félix e Irene.
Suas atividades comerciais começaram com armazém de secos e molhados, situado na esquina da rua Blumenau com a rua da Coloninha, em terreno que ia dar na margem do rio Itajaí-açu.
Desse comércio varejista, Antonico Ramos avançou para moinho de beneficiamento de arroz, olaria, torrefação de café, fábrica de fósforos, estaleiro naval, transporte marítimo com navios cargueiros, acionista do Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina/INCO, fundado em Itajaí em 1935, e diretor desse mesmo banco.
Todavia, seus empreendimentos não ficaram apenas no campo econômico, também empreendeu na área social. Auxiliou a fundação do CIP Football Club, em 1936, (CIP era a sigla da Companhia Itajayense de Phosforos), único time itajaiense vencedor de um campeonato estadual; e do Grêmio XXI de Julho, popularmente conhecido com o “Salão do Ramos”. Compôs como tesoureiro a Comissão Construtora da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e promovia anualmente conhecidíssima festa junina, pela passagem do Dia de Santo Antônio, em 13 de junho.
Tornou-se figura muito popular em Itajaí e se elegeu vereador, tendo sido candidato a prefeito municipal pela UDN nas eleições de 1947. Mas não se elegeu, faltando-lhe 175 votos para vencer o adversário do PSD.
Homem empreendedor, tudo comprava e tudo vendia, e muito sagaz, sempre atento às minúcias de seus negócios. Assim, dele se contam muitas histórias, que mais à frente se poderão contar.
Dessa vez, a história é a seguinte. No seu armazém de secos e molhados da rua Blumenau, que era também local de venda do jogo do bicho, certa feita entrou um homem e, atendido pela caixeira da venda, foi logo dizendo: “quero jogar 500 réis no cavalo, porque passei a noite inteira de ontem sonhando com esse bicho”.
Quando o jogador se retirou, Antonico Ramos, que ficava em sua mesa de trabalho, na sala ao lado, porém sempre atento ao que se passava na venda e nos demais negócios, veio ao encontro da caixeira e perguntou: “Esse que agora saiu não era o fulano?”. Ela confirmou. Então, ele declarou categórico: “Pois, vou botá-lo na rua!”. A moça surpresa, indagou: “Mas por que, seu Antonico?”. “Ora”, respondeu ele, “é meu vigia noturno. Como é que pode ter sonhado a noite inteira com cavalo? Ele estava era dormindo, o sem-vergonha!”...