Colunas


Coluna Fato&Comentário

Coluna Fato&Comentário

Edison d´Ávila é itajaiense, Mestre em História e Museólogo, mestre em Cultura Popular e Memória de Santa Catarina. Membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de SC, da Academia Itajaiense de Letras e da Associação de Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí. É autor de livros sobre história regional de Santa Catarina

Coelho da Rocha: família na história de Itajaí


Coelho da Rocha: família na história de Itajaí
(foto: Acervo histórico)

Na eleição do último dia 6 de outubro, foram eleitos vereadores à Câmara Municipal e o prefeito de Itajaí. Eles vão gerir o município no quadriênio de 2025 a 2028.

O prefeito eleito, Robison José Coelho, numa de suas propagandas eleitorais, anunciava que era “peixeiro raiz”; a dizer que é itajaiense da gema, de família há muito estabelecida na cidade.

De fato, essa afirmação é verdadeira e tem comprovação histórica. A família Coelho atual, de Itajaí e de Navegantes, descende do casal Maria e José Coelho da Rocha; estabelecidos na foz do rio Itajaí-açu, antes mesmo do surgimento de Itajaí.  Os Coelho da Rocha, a partir das primeiras décadas do  século passado, foram pouco a pouco abandonando o sobrenome composto e ficando apenas com o nome Coelho, com que eram geralmente conhecidos.

José Coelho da Rocha, o patriarca da família, nasceu em 1778, na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, na Ilha de Santa Catarina, filho de Manoel Coelho da Rocha, açoriano, chegado durante a grande imigração de 1748 a 1754. Já moço, José veio a se casar com Maria Francisca, em Armação de Itapocorói, Penha, porque lá estava a igreja mais próxima para os que moravam na foz do rio Itajaí-açu.

Não se fica sabendo se apenas ele ou toda a família de seu pai mudou-se para a região. Há que se lembrar que o estabelecimento baleeiro de Armação, entre 1777 e 1790,  florescia e as possibilidades de trabalho e ganhos atraíam muitos em busca de uma vida melhor. 

A sogra de José Coelho da Rocha, de nome Antônia Pinheiro, era proprietária de uma sesmaria na foz do rio Itajaí-açu, na margem esquerda, que incluía toda a área urbana do atual município de Navegantes. Nessas terras, ele se estabeleceu ao se casar e depois se tornou proprietário. Numa casa com engenhos de farinha e de açúcar, moravam ele, a mulher e sete filhos: quatro mulheres e três homens, todos batizados na Capela de Armação. 

Agricultor,  que amealhou certo capital, ele veio a adquirir terras na margem direita do rio, uma grande  extensão que começava na altura da atual avenida Joca Brandão e findava junto do ribeirão da Caetana, próximo à área do porto.

Pois, em 1824, querendo os moradores das margens do rio Itajaí construir uma igreja e fundar uma pequena comunidade católica, foram à procura de José Coelho da Rocha e sua mulher, para que doassem uma porção de terra na margem direita, para ali se edificar a pequena capela. No termo de doação, o casal doou trinta braças de frente no rio e sessenta de fundos, estabelecendo que o padroeiro da capela fosse o Santíssimo Sacramento, de que, era devoto,  que se construísse também um cemitério aos fundos da capela e que nele  fossem os dois dados à sepultura.

Essa doação, disseram eles, “fazemos por muito nossa livre vontade e sem constrangimento de pessoa alguma” e que corresponde a atual praça Vidal.

Ramos, até hoje é propriedade da Igreja. Dela se originaram a cidade de Itajaí em 1824, porque foi em torno da capela e do cemitério que se formou o núcleo urbano original da cidade,  e a comunidade cristã itajaiense. 

Tudo isso se passou há 200 anos. Agora,  em 2024, elegeu-se prefeito de Itajaí um descendente de  Maria e José Coelho da Rocha, cidade que ajudaram a nascer. 


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

No réveillon, você é do time que…



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil

Novo licenciamento ambiental é desregulação e pode chegar ao STF, diz presidente do Ibama

PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL

Novo licenciamento ambiental é desregulação e pode chegar ao STF, diz presidente do Ibama

"Tudo desemboca na CVM, que não tem feito seu trabalho”, diz advogada

Banco Master

"Tudo desemboca na CVM, que não tem feito seu trabalho”, diz advogada

Sonhos, ouro e a dura realidade das mulheres no garimpo ilegal do Sararé

GARIMPO

Sonhos, ouro e a dura realidade das mulheres no garimpo ilegal do Sararé

Desperdício no Brasil deixa de abastecer 50 milhões de pessoas

A cada 5 litros, 2 no ralo

Desperdício no Brasil deixa de abastecer 50 milhões de pessoas



Colunistas

Mundo Corporativo

A Difícil Arte de Construir uma Equipe Forte em um Mundo de Pessoas Diferentes

Malcriada na mira

JotaCê

Malcriada na mira

Calçadas precárias em Itajaí

Charge do Dia

Calçadas precárias em Itajaí

Plano Diretor: “A Hora da Verdade para a Câmara de Balneário Camboriú”

Casos e ocasos

Plano Diretor: “A Hora da Verdade para a Câmara de Balneário Camboriú”

Sociedade Guarani

Jackie Rosa

Sociedade Guarani




Blogs

A Cocada vai acabar?

Blog do Magru

A Cocada vai acabar?

BC bem Cuidada - e mais unida

Blog do JC

BC bem Cuidada - e mais unida

Natal e ano novo!

Blog da Ale Françoise

Natal e ano novo!

 O turbilhão que habita em mim - Mergulho

VersoLuz

 O turbilhão que habita em mim - Mergulho

Quando o exame está “normal”, mas o paciente não está bem

Espaço Saúde

Quando o exame está “normal”, mas o paciente não está bem






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.