SANTA CATARINA

Governador Jorginho manda polícia de choque fechar barragem em José Boiteux

Indígenas resistem à ação porque temem inundação de território 

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Via redes sociais o governador Jorginho Mello (PL) anunciou o fechamento das  duas comportas da Barragem Norte, de José Boiteux. A medida afeta diretamente a área indígena. Há cerca de 300 pessoas no local onde a polícia de choque chegou por volta das 20 horas de hoje.

Os indígenas anunciaram, via redes sociais, que não vão abandonar o local. "Vai chover bala pra cima deles. Nem que eu morra baleado mais fechar a barragem na marra não vão", escreveu o perfil Oxokleng.

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A postagem veio em resposta ao anúncio do governador Jorginho Mello, que via X, antigo Twitter, que decretou a medida para conter a subida do rio Itajaí-açu que pode chegar aos 14 metros e causar uma enchente em Blumenau e região. 
"Nossas equipes já estão se dirigindo para o local. Também fechamos a quarta comporta da barragem de Ituporanga. Passamos o dia analisando criteriosamente as possibilidades. Mas as previsões são de muita chuva, com risco do Rio Itajaí Açu chegar a 14 metros em Rio do Sul, o que será desastroso para a cidade. Tomamos essa difícil decisão para garantir a segurança das pessoas, em toda a região, inclusive em Blumenau. Essa barragem é a maior do Estado e com capacidade de segurar um grande volume de água. Nosso maior bem é a vida dos catarinenses. E faremos todo o possível para protegê-los",  escreveu o governador Jorginho Mello.

Barragem precária 

Em uma live na noite deste sábado, lideranças da juventude Laklanõ-Xokleng denunciaram o estado precário da barragem. A barragem estaria degradada, sem manutenção há 10 anos. O negociado  com o governo seria fechar uma das comportas, mas que o fechamento das duas comportas poderia provocar uma catástrofe como aconteceu em Brumadinho (MG).

Acordo não cumprido 
O governo do estado teria proposto um
acordo com os indígenas  que não não teria sido cumprido.  O ex-prefeito de Rio do Sul, Milton Hobus, comentou  o caso em áudios que circulam nas redes sociais. "Eu sei que todo mundo tá preocupado, mas diante de tudo que estão falando aqui, eu sou obrigado a dar uns esclarecimentos pra vocês. Primeiro, a barragem de José Boiteux fecha e abre a hora que quiser. Quando eu contratei a reforma das comportas da barragem, nós já fizemos um processo lá, porque sabia que os índios destruíam a cada vez, e depois disso, depois de 2014, eu já mandei fechar e já mandei abrir aquela barragem. Está lá no Murara, que é  de Rio do Sul, eu passei os contatos deles pro governo. O governo do estado não entrou em contato com ele. Foi a associação comercial de Blumenau que contratou o Murara. Comprou cinco mil litros de óleo hidráulico e está lá hoje desde as seis horas da manhã esperando para os índios autorizar, agora que chegou o Jerry Comper (secretário de Infraestrutura) lá para tentar negociar. Até então estava o Ítalo e o Jerry Comper tentando negociar com os caciques para poder fechar a barragem. Por que que não fecharam até agora? Porque a Defesa Civil de Santa Catarina não cumpriu o protocolo. Tem um protocolo para operar aquela barragem, onde cada nível de inundação tem um compromisso para cumprir com a comunidade indígena. Simplesmente o governo, através da Secretaria do Estado da Defesa Civil, não cumpriu nada e por isso que eles estão lá", acusou Milton Hobus.

Falta de equipe técnica na defesa civil estadual

Milton ainda critica o fato  “de só ter político na defesa civil estadual e nenhum técnico”. "Como eles não sabiam como fechar e não procuraram ajuda de ninguém que sabe, só tem político lá na defesa civil, e a parte técnica não existe mais, o que que aconteceu? Consequência: deixaram fechado um dia e meio que poderia ter soltado água, principalmente da barragem de Ituporanga, um dia e meio que podia estar soltando água, que ia dar um metro a menos de enchente aqui, no mínimo, em Rio do Sul, deixaram a barragem fechada na hora que tinha que estar aberta. Por quê? Porque não fecharam a barragem de José Boiteux. Eu liguei para o ajudante de ordem do governador várias vezes, mandei mensagem, pedi que o governador me ligasse de volta, não me ligou. Liguei para todos os deputados, tentei falar com o deputado Jerry várias vezes e não consegui retorno", contou.

Milton ainda comenta que a comunidade indígena não acredita mais no governo Jorginho porque ninguém cumpriu o combinado com eles. "Também o plano de contingência dessa barragem, inclusive reavaliado por esse atual governo, que está tudo escrito ali o que tem que fazer e simplesmente não fizeram. Não adianta botar culpa no prefeito José Thomé (prefeito de Rio do Sul) que cobrou insistentemente. Eu tô cobrando desde quarta-feira, cobrando de todo mundo, falando com os deputados, tentando falar com o governo e simplesmente eles não dão bola para gente. A responsabilidade de operação das barragens é 100% do governo do estado. Prefeito nenhum aqui apita e manda nada. Só que infelizmente não fizer o dever de casa. Desculpa o meu desabafo, mas eu penso que política é uma coisa muito séria, muito séria e quando a gente dá as costas para a política, daí acontece isso que está acontecendo aqui", finalizou Milton.

O DIARINHO tentou ouvir  representantes da Funai, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, mas ninguém respondeu o contato da reportagem até o fechamento desta matéria.

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