PRAIA BRAVA
Obra na Delfim de Pádua segue paralisada
Revitalização é esperada desde 2020
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]





A conclusão do projeto de reurbanização da avenida Delfim de Pádua Peixoto, na Praia Brava, em Itajaí, vai depender do lançamento de uma nova licitação. A obra, parada desde o fim de 2021, era prevista para ser entregue no começo deste ano, mas sofreu com atrasos no cronograma devido a mudanças no projeto e ao abandono da primeira empreiteira.
O trecho inicial do projeto, entre as ruas João Manoel da Silva e a André Luís Vidal Soares, teve as calçadas e a colocação de pavers finalizados antes da temporada de verão após a terceira empresa da licitação ser convocada. Os trabalhos ficaram parados por cerca de seis meses por causa do abandono da empreiteira. A segunda colocada não quis assumir o serviço e uma terceira foi chamada.
Os comerciantes, empresários e moradores cobram a retomada dos trabalhos. Depois que a empresa assumiu a parte que estava abandonada, o projeto não avançou e os operários não foram mais vistos no canteiro de obras. Além disso, a qualidade do trabalho no primeiro trecho não agradou aos moradores e há serviços ainda pendentes, como a retirada de postes, implantação da ciclovia e colocação de canteiros, previstos no projeto original.
Na expectativa de que a obra seja novamente retomada, o sócio da loja Santa Costa, Christofer Stoner, observa que as novas calçadas já têm partes “detonadas” no trecho que, em tese, era para estar concluído. Entre os defeitos estão rachaduras e buracos no passeio e falta de padronização que prejudica a acessibilidade.
No projeto, o passeio foi feito com base na norma de desenho universal, que dispensa as guias táteis para deficientes. Uma mudança na lei já aprovada na câmara obriga a prefeitura a voltar a adotar o piso tátil nas calçadas da cidade. “A gente gostaria de ver um bairro bonito como a Brava merece, mas está pior do que antes”, critica o comerciante Christofer, destacando que o projeto original não é o que foi realmente executado.
Ele também reclama que as mudanças no trecho até o Brava Mall retiraram vagas de estacionamento, o que afetou o comércio. No outro lado da via, ele defende que as vagas poderiam ser em 45º (oblíquo), o que permitiria o estacionamento de mais carros. A alegação da prefeitura é de que o espaço será usado para implantação da ciclovia, que ainda não saiu do papel.
Os postes da rede pública da Celesc, que ficaram no meio do estacionamento com o alargamento da via, também não foram retirados e seguem tomando o espaço dos carros. “Criaram um problema que não era um problema e piorou a via. Eu perdi vendas na loja por causa do estacionamento com menos vagas”, relatou o lojista.
Falta passeio e o calçamento é irregular
O comerciante Johnny Clai, sócio do restaurante Melanina, tem o estabelecimento no mesmo trecho da rua onde as obras deixaram um rastro de queixas. Ele confirma que a redução de vagas prejudicou os comerciantes e denuncia desleixo na execução do projeto o que segundo ele não condiz com a importância e a valorização do bairro.
“Não ficou nem perto do que a gente queria”, completou. No trecho em frente ao restaurante, nenhuma melhoria foi feita desde a conclusão das calçadas do outro lado da via e da nova pavimentação concluídos no ano passado. Johnny lembra que a empresa queria retirar a calçada com piso tátil construído na frente do comércio, mas ele impediu.
No momento, o lado da rua onde deve passar a ciclovia segue em chão batido, com materiais da própria obra largados. “Virou um depósito de entulhos”, reclama. Sobre a retomada do projeto, Johnny conta que não tem mais expectativa, mas mesmo que a obra volte a ser tocada, ele não acredita que os defeitos sejam arrumados.
Na parte que ainda aguarda receber a nova urbanização, o comerciante Valdir Paixão, do restaurante Esquina da Brava, comenta que a condição da avenida está ruim tanto para motoristas quanto para pedestres e ciclistas. “Do Brava Mall até a avenida Carlos Drummond de Andrade é só buraco”, reclama, frisando que, mesmo assim, os carros ainda andam em alta velocidade.
Valdir enfrenta a situação diariamente porque faz entregas pelo bairro de bicicleta. Enquanto a rua é cheia de desníveis, ele conta que as calçadas não seguem um padrão. “Cada um faz o seu”, resume.
O projeto prevê passeio padronizado ao longo da rua. O atual calçamento será removido, com a colocação de pavers feitos de blocos de cimento, como no trecho inicial.
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Nova licitação está marcada para maio
O engenheiro Auri Pavoni, assessor especial da prefeitura, explicou que a empreiteira não quis mais tocar a obra e uma nova licitação será lançada. “Agora o projeto foi revisado e está em fase final de atualização orçamentária. A expectativa é que em maio seja publicado o edital”, informou.
Segundo destacou, serão mantidas as características originais do projeto, apenas com as adequações dos valores. A licitação inicial foi feita com orçamento de mais de R$ 4 milhões, contemplando a reurbanização nos quase 2 km da avenida Delfim de Pádua Peixoto. Além de novas calçadas e pavimentação, o projeto inclui alargamento da via, nova iluminação, sistema de drenagem e ampliação da rede cicloviária.
No segundo trecho a ser executado, a via ficará com duas faixas de rolamento, estacionamento do lado esquerdo e passeio nos dois lados. O projeto original estende a revitalização nos 220 metros da avenida Carlos Drummond de Andrade até a avenida José Medeiros Vieira, na beira-mar. A secretaria de Urbanismo de Itajaí informou que as pendências do trecho inicial serão concluídas com a retomada das obras.
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