Clima em SC

Defesa Civil confirma três tornados no Oeste

Fenômenos foram provocados pela formação de um ciclone extratropical

No litoral sul, choveu mais de 120 mm em 12 horas (Fotos: Defesa Civil)
No litoral sul, choveu mais de 120 mm em 12 horas (Fotos: Defesa Civil)

A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina confirmou, neste sábado, a ocorrência de três tornados no oeste do estado, atingindo Dionísio Cerqueira, Xanxerê e Faxinal dos Guedes. A confirmação foi feita a partir da análise de dados de radar meteorológico, vistorias de campo e imagens dos danos registrados nas áreas afetadas.

Segundo a Defesa Civil, os tornados foram formados durante a passagem de uma frente fria associada à formação de um ciclone extratropical sobre o oceano Atlântico Sul, que criou um ambiente de alta instabilidade atmosférica, com nuvens de grande desenvolvimento vertical, descargas elétricas, granizo e ventos intensos.

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Violentos 

Os tornados tiveram curta duração, mas provocaram danos severos e concentrados, padrão típico desse tipo de fenômeno. Em Dionísio Cerqueira, houve queda de árvores, destelhamentos e interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica.

Em Xanxerê, o vento forte causou destruição parcial de estruturas, danos a veículos e o tombamento de um ônibus. Já em Faxinal dos Guedes, os levantamentos identificaram árvores arrancadas em sentidos opostos e telhados danificados, evidenciando o padrão de rotação dos ventos.

Esses danos — de faixa estreita e convergente —, aliados às assinaturas de rotação observadas no radar meteorológico de Chapecó, confirmaram tecnicamente os três tornados. As imagens mostraram dipolos de vento (correntes opostas próximas entre si) e valores reduzidos de correlação (RhoHV), indicando a presença de detritos atmosféricos como telhas, galhos e fragmentos arremessados pela força do vento.

Os meteorologistas destacam que o tornado se diferencia de outros fenômenos convectivos por apresentar núcleo de rotação em contato direto com o solo, o que potencializa a destruição. Mesmo com duração de poucos minutos, as rajadas podem ultrapassar 100 km/h, causando danos severos em áreas restritas.

Estado propenso a fenômenos extremos

Santa Catarina está entre os estados brasileiros com maior incidência de tornados e microexplosões, devido à posição geográfica e à interação entre massas de ar frias e quentes. Esse contraste é mais comum durante a primavera e o verão, períodos marcados por forte convecção e rápida evolução de sistemas meteorológicos.

A Defesa Civil informou que os alertas preventivos foram emitidos com antecedência por SMS, WhatsApp e Cell Broadcast, além de boletins diários ao longo da semana. O trabalho conjunto entre técnicos estaduais e coordenadorias regionais permitiu resposta imediata e atendimento rápido às populações atingidas.

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Tempestades severas e ventos extremos

Além dos tornados, fortes tempestades atingiram todo o oeste catarinense durante a passagem da frente fria. Foram registradas rajadas de vento acima de 80 km/h, granizo de grande porte e chuvas intensas em curtos períodos. Os danos incluem destelhamentos, queda de árvores, interrupções na rede elétrica e bloqueios de vias.

As coordenadorias regionais de Xanxerê e Dionísio Cerqueira relataram danos em estruturas agrícolas, deslizamentos localizados e máquinas destruídas em propriedades rurais. As análises técnicas do radar de Chapecó confirmaram forte atividade convectiva e rotação atmosférica, com características compatíveis a tempestades supercelulares — sistemas capazes de gerar tornados, granizo e ventos extremos em curtas trajetórias.

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Chuvas volumosas no litoral 

Enquanto o Oeste registrava tornados, o litoral sul e Santa Catarina foi atingido por chuvas persistentes e volumosas. Em apenas 12 horas, os acumulados chegaram a 124 mm em Jacinto Machado e Tubarão, 110 mm em Sombrio, 108 mm em Morro Grande, 98 mm em Araranguá e 90 mm em Balneário Gaivota e Praia Grande. Os volumes registrados se aproximam da média de chuva esperada para todo o mês de novembro, que varia entre 140 e 200 mm.

As chuvas causaram alagamentos, extravasamento de rios menores e bloqueios de vias em municípios como Morro da Fumaça, Meleiro e Turvo. A Defesa Civil distribuiu lonas e assistência emergencial às prefeituras e segue monitorando áreas suscetíveis a deslizamentos.

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Monitoramento e orientações

A Proteção e Defesa Civil mantém o estado de observação e continua o monitoramento meteorológico 24 horas. As equipes regionais seguem mobilizadas para apoio técnico aos municípios e atualização dos boletins de risco.

O sistema frontal responsável pelos temporais já se deslocou para o oceano, e as condições tendem a melhorar gradualmente.

O órgão reforça as orientações de segurança: evitar abrigo sob árvores, postes ou estruturas metálicas durante tempestades e não trafegar em áreas alagadas.

 Em caso de emergência, a população deve acionar o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil (199).

 



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