Diz aí, Rubens!

"Tem que entregar. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós."

Rubens Angioletti (PL) | vice-prefeito de Itajaí

"Não sou contra a diária. Eu sou contra o mau uso da diária" (foto: Fran Marcon)
"Não sou contra a diária. Eu sou contra o mau uso da diária" (foto: Fran Marcon)

O vice-prefeito de Itajaí, Rubens Angioletti (PL), participou do bate-papo do programa "Diz aí!" com a jornalista Fran Marcon e o colunista JC. Rubens falou sobre os 10 primeiros meses de governo, a pré-candidatura a deputado federal e as polêmicas diárias em viagens do executivo.

 

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O senhor acabou de voltar de uma viagem a Portugal em que foi atender a um pedido especial do prefeito Robison. Que missão foi essa?

Rubens: O prefeito Robison recebeu um convite da deputada Ana Campagnolo, que liderou uma missão a Lisboa, em Portugal. Essa missão teve o objetivo de firmar gemellaggio, que são cidades-irmãs: Florianópolis com Lisboa, Itajaí com Setúbal, a cidade de Jaguaruna, que tem a maior onda do Brasil, com Nazaré, que tem a maior onda do mundo, e também Porto Belo com a província de Ericeira. A deputada Campagnolo convidou o município de Itajaí para fazer parte porque sabe que Itajaí está num processo de internacionalização. A gente precisa captar esses recursos, porque há muitos fundos de investimento lá, e nós temos a nossa Invest Itajaí, que é bem administrada pelo nosso querido amigo Níkolas.

Na eleição, o senhor e o prefeito prometeram atuar lado a lado, inclusive que a gente teria praticamente dois prefeitos. Deu certo?

Rubens: Eu jamais aceitaria ser um vice-prefeito se fosse para ser inerte, porque a minha origem já é do trabalho. Eu e o Robison combinamos que nós íamos administrar juntos, que nós íamos nos ajudar, e, dentro do possível, nós temos feito isso. [Teve convite pra assumir alguma secretaria?] Se eu assumo a responsabilidade de uma secretaria eu vou estar ali dentro, mergulhado naquela secretaria, e não vou conseguir ajudar em toda a estrutura do município, que é muito grande. [O senhor pode resolver igual ao prefeito?] Muita coisa, sim. Só que eu respeito demais o Robison. Uma das primeiras coisas que eu falei, quando nós tomamos posse foi: o Robison é o meu prefeito. Se ele for candidato à reeleição já conta com o meu apoio.

 

"Robison é o meu candidato à reeleição"

 

O senhor sempre foi um vereador atuante. As pessoas têm essa imagem do senhor na bicicleta, fiscalizando. Agora no executivo é outro ritmo. Qual é a diferença entre os dois poderes?

Rubens: Antes, quando eu era vereador, eu fiscalizava nas ruas — era vereador, a minha função era essa. Agora, somos membros do executivo. No executivo a pegada é diferente. Algumas pessoas me perguntam assim: “Ah, por que você não faz mais um vídeo reclamando, como fazia antes?” A nossa função agora é resolver. Estou fazendo vídeo das coisas que estamos pavimentando, arrumando, fazendo, mostrando o que está sendo feito. [Por que você não anda mais de bicicleta?] Eu ando, mas agora muito menos. Eu preciso fazer reuniões administrativas, participar dos acontecimentos da cidade. É impossível para um ser humano estar só na rua ou só dentro do gabinete. Tenho me dividido, mas vou tentar fazer isso melhor. [Já conseguiu resolver alguma coisa que o senhor criticava?] A cidade toda precisa ser recuperada. [A Saúde, Educação e Agricultura foram indicações suas?] Não, não. A secretaria de Educação é onde eu indiquei, digamos, um número maior de pessoas. A secretaria de Educação foi o seguinte: o secretário que estava, o doutor Silvano [Pedro Amaro], foi uma indicação do reitor da Univali, que nos pediu e mostrou um excelente currículo dele. [O Ken Becherer não foi sua indicação?] O Ken sim, mas não o secretário.

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A Educação é uma das áreas que mais recebe reclamações. Falta de uniforme, de material, como está a situação da Educação hoje?

Rubens: Educação e Saúde são, sem dúvida nenhuma, as pastas mais difíceis de serem resolvidas. Primeiro, faltou material nas salas de aula, faltou folha de papel... Se o governo passado não tivesse deixado faltar no estoque, não teria faltado. [Mas já são 10 meses de governo...] Mas me dá um botão para eu apertar e as folhas de papel aparecerem nas escolas... porque não existe isso dentro do serviço público. Serviço público é licitação. [Tem um prazo para nomear o novo secretário?] Estamos conversando... Nem sempre o nome que eu indicar vai ser o que ele [prefeito] concorda. Nem sempre o nome que ele indicar vai ser o que eu concordo. Então, a gente tem que chegar também a um consenso. A gente quer escolher o nome certo. [O senhor ainda deseja ser prefeito de Itajaí?] Eu estou focado, neste exato momento, em ajudar o Robison a fazer a melhor administração que Itajaí já teve. Eu acabei de dizer aqui e vou repetir: se ele desejar ser, o Robison é o meu candidato à reeleição. [Mas ainda tem o desejo de ser prefeito de Itajaí?] Mas é óbvio que sim. Quem, em sã consciência, que está na política e não deseja governar a sua cidade, fazer o bem? Mas, até para responder à tua pergunta e já não gerar outras especulações, o Robison conta e vai contar com o meu total apoio e com a minha total fidelidade. Ele é o meu prefeito de Itajaí.

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Por que o senhor escolheu ser pré-candidato a deputado federal num cenário que se desenha tão disputado como a eleição do ano que vem?

Rubens: Nós tivemos uma conversa de grupo e vimos as viabilidades. É uma eleição de muito voto. Então, o que a gente precisa? Que, em casa, a gente consiga fazer um bom trabalho para sair respaldado e ir buscar votos fora. E a deputada Campagnolo — sim, a mais votada de Santa Catarina, que é minha madrinha — declarou um apoio incondicional. Estou dizendo que a gente tem esses ingredientes. Agora, se esses ingredientes vão dar um bom bolo, eu não sei. [O senhor tem um compromisso com o prefeito de ser o único candidato a federal do governo?] Ele é porreta. Ele disse que sim. [E para estadual?] O Robison é um político muito polido, politicamente. A decisão que ele tomar eu vou assinar embaixo.

 

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"E se aquele trecho que vem da praia, da sinaleira, entrando na avenida ministro Victor Konder, virasse toda a praça?"

 

Qual a sua opinião com relação à situação do Porto de Itajaí, que resultou nessa transferência de autoridade portuária de Santos para a Bahia?

Rubens: É horrível. E eu vou dizer o porquê. Quando o Jandir Bellini ganhou a prefeitura, uma das ações que ele fez, junto com o grupo dele, foi arrendar parte do porto que era público, na época, para o Teconvi. O Teconvi botou dinheiro e o Porto de Itajaí bombou. O Porto de Itajaí — o de Navegantes nem existia ainda — foi o segundo do Brasil em movimentação de contêineres. Isso está na história. Navegantes é o segundo do Brasil em movimentação de contêineres. E vai investir mais quanto? R$ 2, R$ 3 bilhões. O governo anunciou que vai investir R$ 800 milhões. Pô, que legal. Melhor do que nada. Mas, cara, R$ 800 milhões para um porto na situação de Itajaí, enquanto tu vê o segundo do Brasil do outro lado investindo R$ 2, R$ 3 bilhões... tem alguma coisa errada.

O senhor é morador da zona rural e, historicamente, essa região sempre teve reclamações de abandono. O que o atual governo tem feito para mudar essa realidade?

Rubens: Nós estamos olhando com muita atenção para a zona rural de Itajaí. A prova disso foi um anúncio que fizemos recentemente. Tínhamos o programa Estrada Boa Rural, que o governador Jorginho nos presenteou, com alguns quilômetros de ruas para serem pavimentadas. Já tínhamos, naquele programa que anunciamos de R$ 2 bilhões em obras, uma quilometragem boa prevista para o interior. Refizemos as contas dentro do nosso governo e estamos para receber um recurso que, se der certo, vamos pavimentar...

Quais ajustes a reforma administrativa pretende fazer após 10 meses de governo?

Rubens: Toda a estrutura do município — toda, de cabo a rabo — nós estamos revendo com os seguintes objetivos: primeiro, enxugar a máquina em tudo o que der. Tornar mais moderna, mais eficiente. [Quando a reforma será colocada em prática?] Temos a intenção, em conversa com o prefeito Robison, de conseguir enviar isso para a Câmara ainda antes do encerramento do período legislativo. Para que possa ser aplicada já no ano que vem.

 

"R$ 800 milhões para Itajaí, enquanto tu vê do outro lado investindo R$ 2, R$ 3 bilhões... tem alguma coisa errada."

 

O radar no entorno da praça da Beira Rio foi retirado. É um local de grande circulação de famílias. A decisão pode ser revista?

Rubens: Pode, pode ser revista. Não só isso — pode ser revista toda a estrutura da praça. Não estou dizendo que vamos fazer, mas nos chegou uma proposta dizendo o seguinte: e se aquele trecho que vem da praia, da sinaleira, entrando na ministro Victor Konder, virasse toda a praça? Para não ter mais carro cortando entre duas praças. E o lado de cá, na Jorge Tzachel, fosse alargado um pouquinho mais. O que está acontecendo ali hoje é um conflito. Como é uma região muito movimentada, com fast food, acontecem muitos acidentes entre pedestres e ciclistas. O pedestre, o pessoal que anda de scooter, de skate...

Como o senhor vê essa questão hoje de o MDB estar com o Jorginho Mello? É possível que exista alguma conversa com o MDB em Itajaí?

Rubens: O governador Jorginho Mello tem demonstrado uma habilidade muito grande. Ele participou de 10 eleições e não perdeu nenhuma. Nós estamos aprendendo. [Na câmara, o MDB está bem próximo do governo Robison...] Eu acho que o MDB na Câmara de Vereadores de Itajaí, na essência, nunca esteve distante. Porque o MDB, lá no governo do estado, sempre teve diálogo. [Se o MDB entrar no governo alguém tem que sair..] Acabei de dizer: tem reforma administrativa a caminho. São espaços que precisam ser ocupados por pessoas com competência para entregar resultados para a cidade. [Pode haver mudanças junto com a reforma administrativa?] Não, pode ser que a gente tenha mudanças todo mês. Tem que entregar algum tipo de trabalho. Quando não encaixa, não tem o que fazer. Ninguém está garantido nesse governo. Nem nós.

 

"Não sou contra a diária. Eu sou contra o mau uso da diária."

 

O senhor sempre foi muito crítico, quando estava na oposição, em relação ao uso de diárias de viagens. Como o senhor responde sobre isso agora?

Rubens: Eu tenho um vídeo aqui, com uma fala minha na tribuna da câmara de vereadores em 2023, onde eu digo que não sou contra a diária. Eu sou contra o mau uso da diária. E disse que, no dia em que precisasse, eu iria usar. Quando eu era vereador, eu fiscalizava nos bairros. Nunca fui muito de ir a Brasília. Quando precisei, consegui resolver por videochamada. Hoje, mudei completamente de função. Eu não sou mais o vereador que fiscaliza nos bairros. Sou integrante do poder executivo, de um governo liderado pelo meu prefeito Robison, com os nossos secretários e temos como meta internacionalizar a cidade de Itajaí.

Uma polêmica foi o fato de sua esposa ter saído da Educação pra se tornar assessora da vereadora Liliane Fontenelle (PL). Como o senhor responde às críticas de que beneficiou sua esposa?

Rubens: Vamos esclarecer: a minha esposa é servidora efetiva há mais de 20 anos na Educação. Politicamente, ela sempre foi atuante. Ela era filiada ao PP, sempre participou. Na campanha eleitoral ajudou alguns vereadores. Ajudou pedindo voto, trabalhando e, por ser minha esposa, com certeza a gente sabe que isso ajuda. Uma das pessoas em que ela concentrou bastante energia foi a vereadora Liliane Fontenelle. O vereador Leandro, do Nadar, quando assumiu, detectou esse problema: tu tinhas servidor emprestado para a Justiça Eleitoral, para o Fórum, para a Assembleia, para outros municípios, e tu não podias emprestar servidor dentro do próprio município. Dentro do próprio município, o servidor não podia ser cedido para a câmara, para o Semasa, para uma fundação. O vereador Leandro detectou isso e procurou o Robison, os dois trataram disso. Depois, foi enviado um projeto de lei à câmara. Quando tomei conhecimento, o projeto já estava lá. A câmara aprovou e corrigiu, corretamente, aquele erro que existia. Nesse momento, a vereadora Liliane convidou a minha esposa para trabalhar com ela na câmara. Não tem nada de nepotismo, não tem nada de ilegal nem de imoral.






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