Itajaí
40 ANOS | Reynaldo Wanderec viu o DIARINHO nascer e florescer
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O dia 22 de março de 2004 nunca saiu da memória de Reynaldo Wanderhec, 83 anos. Ele estava em seu escritório, na agência de turismo Mundial, na galeria Rio do Ouro, quando atendeu uma ligação internacional da esposa do fundador do DIARINHO, Dalmo Vieira. Ela lhe contou que mal colocaram os pés em Barcelona, Dalmo passou mal e acabou falecendo, aos 74 anos. E tinha sido justamente Reynaldo que lhe vendeu o pacote de turismo transatlântico, um sonho acalentado pelo jornalista por muitos anos.
“Eu desliguei o telefone, olhei para meus dois filhos e só consegui dizer: o Dalmo morreu. Ninguém conseguia acreditar, pois semanas antes ele estava ali todo feliz, e com tanta certeza de sua saúde que nem quis fazer o seguro de viagem, pois havia feito o check-up”, recorda. Foi o fim inusitado de uma amizade que começou antes mesmo da abertura do jornal, quando Dalmo atuava em escritórios de advocacia e sempre viajava através de sua agência, na ativa há 52 anos. “Ele sempre comprava passagens com a gente, mas nunca quis fazer pacote porque era muito independente”, revela.
Reynaldo começou a trabalhar moleque, entregando o jornal Itajahy, e aos 14 anos, entrou para a empresa aérea Varig, quando o aeroporto ainda ficava na Barra do Rio. Antes mesmo da transferência do aeroporto para Navegantes, em 1971, surgiu a oportunidade de trabalhar numa agência comissionada da Varig, na rua Hercílio Luz, no centro, de propriedade de Arnoldo Cabral, dono de um famoso secos & molhados.
Mas, com a abertura dos supermercados na cidade, o setor de vendas a granel minguou e Arnoldo vendeu a agência para Reynaldo, em 1967, já no tradicional endereço, onde a Mundial atuou por 50 anos, até se unir a Trip Service. “Naquela época, havia apenas três voos por dia e eu levava os passageiros de Kombi para Navegantes pela balsa da Barra do Rio porque não tinha ferri. Hoje são mais de 20 voos, inclusive dois internacionais”, relata.
Jornal sai na frente
Quando Dalmo Vieira teve a ideia de fazer um jornal diário em Itajaí, teve gente que não botou fé, ao contrário de Reynaldo, que foi um dos primeiros assinantes. Ele disse que ler o DIARINHO faz parte de sua rotina. É como tomar café todos os dias. “O que diferencia o jornal é que ele fuça em tudo quanto é canto até descobrir as coisas. Muitas vezes a gente vê uma matéria na TV que o DIARINHO já deu. Ele sempre sai na frente”, compara.
Outra coisa que Reynaldo gosta no jornal é a possibilidade de fazer sugestões, elogios, críticas, ou seja, participar do processo de construção das notícias. “Apesar do computador, eu ainda mando cartas, sou da época do impresso, é melhor de manusear, não tem comparação”, acredita. Entre as seções que mais aprecia, ele tem um xodó pela Coluna do JC, sobre os bastidores da política.