Aos 88 anos, morreu na tarde deste sábado Reynaldo José Wanderhec, fundador da tradicional Agência Mundial, de Itajaí. A notícia foi compartilhada pela filha, Caroline, nas redes sociais: “É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso pai Reynaldo José Wanderhec. Vá em paz, querido, obrigada por tudo”, escreveu. O filho Leonardo informou que Reynaldo estava há um ano na casa de repouso Eloin Residência e faleceu em decorrência de complicações do Alzheimer.
O velório será na capela do cemitério Parque dos Crisântemos, a partir das 20h deste sábado. O sepultamento está previsto para as 10h de domingo. Além dos filhos, Reynaldo deixa cinco netos. Sua ...
O velório será na capela do cemitério Parque dos Crisântemos, a partir das 20h deste sábado. O sepultamento está previsto para as 10h de domingo. Além dos filhos, Reynaldo deixa cinco netos. Sua esposa, dona Zeni, faleceu há três anos.
Em 2016, sua trajetória foi destacada pelo escritor Cláudio Bersi em uma coluna no DIARINHO: “Sua história de vida é fascinante, pois, desde a infância, ele assumiu responsabilidades para ajudar nas despesas familiares. Seu pai, que era funcionário da Usina de Açúcar na localidade de Pedra de Amolar, conseguiu uma bolsa de estudos para que Reynaldo cursasse o ginásio. No entanto, a bolsa durou apenas dois anos, pois seu pai adoeceu e precisou se afastar do trabalho, e Reynaldo voltou a trabalhar”, relatou Bersi.
O primeiro emprego formal de Reynaldo foi na empresa Navita, aos 16 anos. Com 18, foi contratado pela Varig, onde foi colaborador por 14 anos. Posteriormente, foi convidado por Arnoldo Cabral para trabalhar na Agência Mundial. Ao negociar a compra da agência com Cezar Ramos, recebeu uma proposta para se tornar sócio com 30% de participação. Com o dinheiro da rescisão da Varig, Reynaldo aceitou o negócio e, com o tempo, adquiriu a parte de Cezar, tornando-se o único proprietário.
A agência Mundial chegou a ser a segunda maior de Santa Catarina, e Reynaldo orgulhava-se de ter permanecido em atividade até os 80 anos. Em 2017, a agência fundada por ele se fundiu com a Trip Service, também de Itajaí, visando manter a competitividade no mercado de turismo. Desde então, o atendimento foi centralizado na rua Camboriú, 79, no centro de Itajaí.
Um gentleman, leitor diário do DIARINHO
Seu Reinaldo sempre foi conhecido pela educação e elegância. Com hábitos formais, vestia-se de camisa social, suspensório e não dispensava o chapéu. Conhecia as pessoas pelo nome, sobrenome e sabia as histórias de Itajaí e de sua gente. Não por acaso, chegou a ser sócio de um dos homens mais ricos de Santa Catarina, o falecido armador e banqueiro César Ramos.
Como itajaiense típico, foi leitor assíduo do DIARINHO desde a fundação do jornal, em 1979. Assinante fiel, costumava ligar pessoalmente aos donos, primeiro ao fundador do DIARINHO, seu amigo Dalmo Vieira. Após a partida de Dalmo, nos anos 2000, fez amizade com a neta dele, Samara Toth Vieira, a quem ligava sempre que havia algum atraso ou falha na entrega do jornal. E tinha sempre a justificativa educada sobre a “pressa” em receber o DIARINHO: “Dona Samara, preciso estar bem informado, saber o que está acontecendo, ler o DIARINHO antes de começar a trabalhar”, dizia.
Seu Reinaldo gostava de presentear amigos e clientes com chocolates, enviando cartas e bilhetes datilografados junto com os mimos. “Um gentleman que já deixou saudades,” disse Samara, ao lembrar a partida do amigo. “O pai sempre foi um grande admirador do DIARINHO”, confirmou o filho Leonardo.