VIDA NOTURNA
Prostíbulo de Piçarras é demolido e ex-clientes reagem com saudade
Coqueiro Bar ficou famoso pelo misto de noitadas, muito bafão e strip-teases
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
Uma demolição durante a semana que passou chamou atenção em Balneário Piçarras. Uma das mais antigas casas de prostituição da região, o Coqueiro Bar, foi ao chão após mais de 30 anos de atividade às margens da BR 101, perto da entrada da cidade.
A princípio, duas versões extraoficiais sugiram: a primeira de que teria havido reintegração de posse, pois até mesmo a Polícia Militar foi chamada para acompanhar os serviços; a segunda possiblidade é que a área do prostíbulo foi vendida e será transformada em loteamento ou residencial por parte de uma construtora. Essas versões, entretanto, não se confirmaram.
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O terreno da zona era composto de dois grandes imóveis. O primeiro, mais perto da BR 101, contava com um bar, sinuca, dois pavimentos e era a entrada para a casa noturna. Mais à frente, em cima do morro, estava a “casa das primas” propriamente dita, com área de shows, pilar para pole dance, palco para strip-tease e bancos para os casais fazerem um chamego antes dos momentos mais íntimos, já que os quartos ficavam nos fundos do estabelecimento.
A página de humor “Piçarrax Milgrau”, do Instagram, registrou a demolição e a reação dos internautas foi imediata. Gustavo Binhotti comentou que o imóvel era um “verdadeiro patrimônio histórico” de Balneário Piçarras; já Adolfo Reis brincou: “dizem que desse lugar vinham gritos e gemidos”, disse. E João Vieira Jr. arriscou a comentar: “Se acharem o caderno do fiado terá muita gente lascada”.
O também internauta Sérgio Flores ironizou: “Cadê o pessoal do patrimônio histórico, para defender essa relíquia igual defenderam a SAP?”, questionou, referindo-se ao imóvel da Sociedade Amigos de Piçarras, da avenida Emanoel Pinto, recentemente repassado ao município.
A demolição da casa noturna chamou a atenção até mesmo de religiosos – como é o caso do pastor Rosemar Silva, da igreja Mevam: “A demolição da antiga boate é um sinal do que Deus está fazendo no espiritual. Onde por muitos anos houve confusão, excessos e histórias marcadas pela noite, o Senhor anuncia um novo tempo”, pregou. A postagem rendeu centenas de visualizações e quase mil curtidas no “Piçarrax Mil Grau”.
Vice-prefeito esqueceu amigo na zona
A boate do Coqueiro, como era conhecida, reuniu casos pitorescos ao longo da história. Num deles, nos anos 2000, houve o flagrante de frequentadores que saíram da casa acompanhados das moças, numa caminhonete branca. Eles estavam todos vestidos de mulher e, bebaços, acabaram caindo com a caminhonete na marginal antes do viaduto de acesso à avenida Getúlio Vargas.
A caminhonete era de Cascavel, no Paraná, e houve tentativa desesperada de retirar o carro do buraco antes que a polícia chegasse – o que gerou até briga entre os clientes. Em outro caso famoso, anos atrás, um ex-vice-prefeito de Navegantes tomou todas no Coqueiro, encantou-se por uma das meninas e esqueceu um dos amigos que levou junto à zona.
O amigo teve de voltar sozinho para Navega pela BR 101, também de cara cheia – e isso que morava no Escalvado. Na semana seguinte, o boêmio esquecido teria ido até a prefeitura para tirar satisfação com o vice. “Agora, ficaram as boas lembranças”, comentou o internauta Rafael Siqueira, nostálgico, embalado pela música do clipe que o “Piçarrax Mil Grau” publicou em homenagem ao zonão.
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Juvan Neto
Juvan Neto; formado em Jornalismo pela Univali e graduando em Direito. Escreve sobre as cidades de Barra Velha, Penha e Balneário Piçarras.
