Perigo

Calçadas precárias causam risco de quedas em Itajaí

Falta de manutenção, fiscalização limitada e ausência de políticas inclusivas expõem pedestres, idosos e PCDs

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A falta de manutenção dos passeios públicos em Itajaí, que à primeira vista pode parecer um simples desleixo de moradores e do poder público, tornou-se um problema de impacto direto na segurança de quem circula a pé pela cidade. Em um cenário de escassez de vagas no centro, mais pessoas têm caminhado pelas ruas, o que aumenta a exposição a buracos, desníveis e lajotas soltas — elementos que já resultam em um número crescente de acidentados.

O aposentado Antônio Soares Prada, 78 anos, é uma das vítimas dessas armadilhas urbanas. Ele conta que pisou em falso em uma lajota solta na rua Brusque e caiu, há cerca de dois meses, lesionando ...

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O aposentado Antônio Soares Prada, 78 anos, é uma das vítimas dessas armadilhas urbanas. Ele conta que pisou em falso em uma lajota solta na rua Brusque e caiu, há cerca de dois meses, lesionando o joelho. O que parecia uma contusão foi diagnosticado como estiramento de um ligamento externo. Desde então, mesmo com tratamento ortopédico e fisioterapia, Antônio ainda sente dores. “É inadmissível que uma cidade do porte de Itajaí tenha calçadas tão descuidadas. São verdadeiras armadilhas, sobretudo para os mais velhos.”

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A dona de casa Maria do Socorro Veiga, 58 anos, também sofreu uma torção grave ao pisar em um buraco no passeio da avenida João Bauer, a poucos metros de um hospital. O pé direito ficou imobilizado por 20 dias. “A prefeitura sempre diz que a responsabilidade é do dono do imóvel, mas ninguém fiscaliza. Quem paga a conta é o pedestre”, afirma. Já o aposentado César Ricardo Ortiga, 62, sofreu uma ruptura no joelho após pisar em falso em um buraco na rua Herculano Corrêa. “O problema é generalizado, mas na região da rua João Bauer, onde há três hospitais e circulam pessoas com mobilidade reduzida, é ainda mais inaceitável.”

O ortopedista Felipe Martins confirma que acidentes em passeios públicos se tornaram mais frequentes, especialmente em áreas com maior concentração de idosos. Buracos, desníveis e lajotas soltas figuram entre as principais causas de quedas que resultam em fraturas de tornozelo, joelho, punho e úmero, além de rupturas ligamentares. “Uma parcela significativa, sobretudo entre idosos, evolui para necessidade de cirurgia devido à fragilidade óssea e ao impacto da queda”, explica.

A professora, fisioterapeuta e reumatologista Ana Lígia de Oliveira, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), ressalta que o envelhecimento reduz a velocidade das respostas de equilíbrio, ampliando o risco de lesões graves. Pacientes que utilizam medicamentos controlados, diabéticos ou pessoas com predisposição a crises convulsivas tornam-se ainda mais vulneráveis em ambientes urbanos irregulares. Para ela, cidades seguras exigem calçadas lisas, largas, bem sinalizadas e com circulação separada para bicicletas e micromobilidades.

PCDs enfrentam dificuldades ainda maiores

Para a psicóloga Maria Raquel Wegner, com mais de 30 anos de atuação em Itajaí, os cuidados com pessoas com deficiência deveriam ser redobrados, mas permanecem negligenciados. Ela defende que gestores públicos vivenciem, ainda que por um dia, as limitações de circular pela cidade em cadeira de rodas, com muletas ou visão obstruída, para perceber a urgência de políticas inclusivas. “Enquanto Balneário Camboriú oferece condições melhores, Itajaí tem vias e calçadas que dificultam a autonomia de quem possui limitações.”

A consultora em acessibilidade Violeta Andreza Alves complementa que, quando comparada a outros municípios da região, a situação de Itajaí é “significativamente pior”. Ela reconhece avanços em áreas revitalizadas, mas afirma que o cenário geral segue crítico. Juliano Vieira Godinho, presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Itajaí (Adefi), concorda e destaca que as entidades têm conversado com o legislativo e reivindicam uma reunião com o prefeito em janeiro. “Houve melhorias, mas os problemas persistem.”

Para Alexandre de Freitas, também da Adefi, a manutenção dos passeios deveria ser assumida pelo município. “A fiscalização é praticamente inexistente. O ideal seria que a prefeitura fizesse as calçadas conforme as normas e cobrasse junto com o IPTU.”

O município afirma que a manutenção das calçadas é responsabilidade dos proprietários, mas diz ter intensificado notificações para garantir melhorias, incluindo a instalação de piso podotátil. Segundo a nota, agentes de controle urbano fiscalizam irregularidades e encaminham casos à Auditoria Fiscal, que notifica moradores a corrigir problemas em até 60 dias. O descumprimento pode gerar multas de 1 a 30 UFMs, além de penalidade adicional por metro irregular e possível inscrição em dívida ativa. A legislação também permite que o Município execute a obra de forma subsidiária e cobre o custo posteriormente, embora a inclusão desse valor diretamente no IPTU dependa de aprovação legislativa.



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