CRISE
Bauer Express fecha transportadora em Itajaí e deixa 40 funcionários na mão
Empresa teria falido e problemas se espalham por todo o Brasil
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]





O setor jurídico do Sindicato dos Motoristas de Itajaí e Região (Sitraroit) entrou com uma medida cautelar contra a Bauer Express, que fechou as portas da unidade de Itajaí e deixou 40 funcionários sem resposta. Os trabalhadores chegaram para trabalhar na última segunda-feira e encontraram a sede da empresa completamente vazia. A suspeita é de que a transportadora tenha falido e os problemas estariam atingindo todas as filiais da empresa no Brasil.
De acordo com Carlos César Pereira, secretário-executivo do Sitraroit, os funcionários procuraram o sindicato logo pela manhã informando o abandono da empresa. “Eles chegaram para trabalhar e não havia ninguém no local. A empresa estava fechada. O sindicato foi até lá e constatou que nem mesmo o gerente estava presente. Alguns funcionários estavam em casa, compensando banco de horas. A empresa está totalmente abandonada. Tentamos contato com a direção e não tivemos retorno. Conversamos também com os sindicatos de Chapecó e Blumenau, onde há grandes filiais, e o cenário era o mesmo: unidades paradas, assim como no restante do país”, relatou.
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Em nota enviada aos gestores das filiais, o diretor da Bauer Express afirmou que a empresa está “quebrada e sem dinheiro para pagar os funcionários”. Nesta quinta-feira, o advogado Denísio Dolásio Baixo, do setor jurídico do Sitraroit, ingressou com uma ação cautelar pedindo o bloqueio de todas as contas da empresa, inclusive as do presidente da empresa, e dos nove caminhões que estavam estacionados na unidade de Itajaí, na BR 101, perto do trevo entre Itajaí e Brusque. “Registramos a placa de todos os caminhões e solicitamos à Justiça que restrinja a venda desses veículos até a situação ser resolvida. Hoje, temos 20 ações em andamento e pedimos o bloqueio das contas e veículos. A empresa aqui empregava 40 pessoas”, explicou Carlos César.
Segundo o sindicato, já são 25 ações em andamento, número que deve crescer conforme mais funcionários procurem ajuda. “A maioria dos trabalhadores já está em busca de novas oportunidades. Muitos foram para outras transportadoras, pois há grande demanda por mão de obra no setor”, explicou César.
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Na mesma nota enviada pela diretoria, a empresa afirma que a Bauer está buscando captar recursos para quitar as dívidas, mas não há previsão de normalização. “Comunico que seguem suspensas as coletas junto aos nossos clientes até nova ordem. Quanto às entregas, realizem conforme for possível e orientem os clientes a retirarem a carga com declaração de recebimento. O gerente da filial e o gerente da agência são as referências no atendimento neste momento. Sugiro liberar ou manter liberadas as equipes de trabalho até nova ordem. Novidades serão comunicadas por este canal às lideranças, que repassarão às suas equipes. Agradeço a compreensão”, finalizou a nota da direção.
Mais reclamações em site
A empresa com sede em Chapecó, oeste de Santa Catarina, iniciou sua atuação no transporte de cargas fracionadas e encomendas expressas no sul e sudeste em 2001. Há notícias sobre a possível falência da Bauer em sites e redes sociais do oeste catarinense e reclamações sobre a situação no site Reclame Aqui. “E mais uma vez, a Bauer Express mostra o caos completo da sua logística. Agora é a Nota Fiscal *, enviada no dia 29/04, que está parada em São José desde 30/4. Hoje já é meados de maio e nada. Nenhuma entrega, nenhuma atualização, nenhum pingo de respeito. Já ouvi essa desculpa de “estamos sem carro para entrega” e sinceramente: desde o dia 30 já deu tempo de alugar um carro, comprar uma bicicleta, ou fazer a entrega a pé, né? É sempre a mesma novela: carga parada. Ninguém atende. WhatsApp ignorado”, escreveu a empresa Dresch Embalagens, de Araranguá, no Reclame Aqui, em 16 de maio. Um representante da Bauer Express rebateu a denúncia pedindo desculpas e afirmando que “estamos trabalhando para atendê-la da melhor forma possível”.