Balneário Camboriú

Internação forçada de moradores de rua só será com ordem judicial em BC

Acordo com a prefeitura encerra ação do MP contra abordagem a moradores de rua

Município assumiu uma série de ações pra adequar o atendimento (Foto: João Batista)
Município assumiu uma série de ações pra adequar o atendimento (Foto: João Batista)
miniatura galeria
miniatura galeria

Um acordo judicial entre a prefeitura de Balneário Camboriú e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) encerrou a ação civil que rolava há dois anos sobre irregularidades nas abordagens a moradores de rua. O processo apurou denúncias de condução forçada de pessoas e até casos de tortura por guardas municipais, com o município tendo que responder até ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Continua depois da publicidade

O acordo prevê medidas pra atendimento digno às pessoas em situação de rua e pra estruturação do serviço de abordagem social. A internação involuntária está autorizada, mas deverá acontecer se esgotada ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

O acordo prevê medidas pra atendimento digno às pessoas em situação de rua e pra estruturação do serviço de abordagem social. A internação involuntária está autorizada, mas deverá acontecer se esgotada a possibilidade de tratamento ambulatorial e em casos extremos, dependendo de parecer técnico, disponibilidade de vagas e autorização judicial, conforme critérios previstos na legislação.

Continua depois da publicidade

Pelo acordo, uma série de ações deverão ser implementadas pela prefeitura no prazo de 120 dias. Entre os compromissos estão a capacitação constante das equipes que atendem aos moradores de rua e a criação do Plano de Ação Individual (PAI) para cada um dos abordados, atuando pela reinserção familiar e volta ao mercado de trabalho das pessoas acolhidas.

O município também precisa reforçar e capacitar os núcleos de atendimento às pessoas com dependência química, como o Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e drogas (Caps AD), comunidades terapêuticas e ambulatório psicossocial. Está prevista a compra de 20 vagas, pelo menos, em hospitais conveniados para internação involuntária.

Continua depois da publicidade

Junto às comunidades terapêuticas conveniadas, a prefeitura deve promover a capacitação dos responsáveis para garantir tratamento adequado às pessoas em situação de risco. O acordo ainda prevê a ampliação de vagas na Casa de Passagem, que devem ficar prontas em até 24 meses.

Fim de ação judicial

A ação do MPSC vem desde maio de 2023. O acordo pelo fim do processo foi assinado na segunda-feira em audiência extrajudicial. Participaram o promotor de justiça Alvaro Pereira Oliveira Melo, o procurador-geral do município Diego Montibeller e o chefe da casa civil, Leandro Índio da Silva.

A prefeita Juliana Pavan (PL) comentou que o processo gerava um impasse na atuação da abordagem social. “Desde que assumimos a gestão, a problemática das pessoas em situação de rua foi uma das nossas prioridades. O fim dessa ação pública representa um grande avanço referente a este trabalho. Certamente não iremos medir esforços para cumprir todas as cláusulas do acordo", disse.

Para o MP, o acordo foi elaborado na busca pela implantação de uma política pública integrada e efetiva no atendimento à população de rua, a qual nunca foi executada no município.

Internação involuntária

Em vídeo nas redes sociais, a prefeita informou que, a partir do acordo, o dependente químico em situação de rua poderá ser internado voluntária ou involuntariamente. Ela destacou que internação compulsória será “para pessoas que não têm condição nenhuma de tomar decisões por si e que se encontram aí pelas ruas de forma desumana”.

“A internação compulsória não é brincadeira e nem uma solução fácil, mas ela é uma medida drástica para casos extremos, e que terá acompanhamento técnico, orientação médica e da assistência social”, afirmou. A prefeita ainda adiantou que a medida, em BC, estará amparada por lei, em projeto que será encaminhado pra câmara de vereadores.

O acordo, no entanto, não libera por si só internações compulsórias e conduções forçadas de pessoas em situação de rua. O MP frisou que a remoção compulsória de qualquer pessoa é vedada pela Constituição Federal e pelo STF. O acordo judicial reforça que as internações psiquiátricas somente devem ocorrer nas hipóteses legais expressamente previstas, conforme a legislação.

Continua depois da publicidade

No caso de internação voluntária é com consentimento da pessoa. Já a internação involuntária acontece sem o consentimento do paciente, mas a pedido de terceiros, entre familiares, responsáveis ou autoridades, e sempre mediante avaliação médica que comprove a necessidade e com comunicação obrigatória ao MP.

A internação compulsória é outro tipo de medida prevista em lei, determinada por decisão judicial após esgotada a opção de internação involuntária. A decisão, que não depende de familiar, tem que ser baseada em laudos técnicos que atestem que a medida é indispensável para proteger a saúde ou a vida da pessoa ou de terceiros.

“O acordo veda a remoção forçada e estabelece que qualquer internação deve observar o princípio da legalidade e da dignidade da pessoa humana, privilegiando sempre o tratamento ambulatorial e comunitário”, esclareceu o MP.

A internação também vai depender da disponibilidade de vagas. Hoje, BC não tem nenhuma vaga própria, além das do Instituto de Psiquiatria (IPq), hospital referência no estado. Pelo acordo, o município se comprometeu a comprar e manter vagas em clínicas especializadas.




Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

WhatsAPP DIARINHO

Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.122

TV DIARINHO


⛈️🌧️ TEMPO INSTÁVEL! Santa Catarina segue com tempo fechado e chuva forte nesta quinta-feira, principalmente ...



Podcast

Região fica sob risco de chuva até sábado

Região fica sob risco de chuva até sábado

Publicado 22/05/2025 19:26



Especiais

Como indígenas quebram estereótipos e preconceitos no mercado

Aldear direitos e trabalho

Como indígenas quebram estereótipos e preconceitos no mercado

Por que o ódio às mulheres viraliza entre os jovens?

Adolescência

Por que o ódio às mulheres viraliza entre os jovens?

Filha vira advogada para ajudar a inocentar a mãe 12 anos após acusação de homicídio

JUSTIÇA

Filha vira advogada para ajudar a inocentar a mãe 12 anos após acusação de homicídio

Maternidade atípica: os desafios do cuidado e da aceitação

DESAFIADOR

Maternidade atípica: os desafios do cuidado e da aceitação

Escravizador na pele de abolicionista: abolição teve apoio de políticos que escravizaram

POLÍTICA

Escravizador na pele de abolicionista: abolição teve apoio de políticos que escravizaram



Blogs

Coluna da vez...

Blog da Jackie

Coluna da vez...

Descontrole em Itapema

Blog do JC

Descontrole em Itapema



Diz aí

Criador do canal Vogalizando a história participa do Diz aí!

AO VIVO

Criador do canal Vogalizando a história participa do Diz aí!

“Eu acho que isso pode acontecer. Pode acontecer do PSD estar com o PL”

DIZ AÍ, FABRÍCIO OLIVEIRA

“Eu acho que isso pode acontecer. Pode acontecer do PSD estar com o PL”

“Não sou favorável a golpe, e também não acredito que houve tentativa do golpe”, diz Fabrício Oliveira

DIZ Aí!

“Não sou favorável a golpe, e também não acredito que houve tentativa do golpe”, diz Fabrício Oliveira

Ex-prefeito de BC participa do programa “Diz aí!”

BALNEÁRIO

Ex-prefeito de BC participa do programa “Diz aí!”

"A gente praticamente dobrou o número de serviços semanais"

Diz aí, Aristides!

"A gente praticamente dobrou o número de serviços semanais"



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.