PROJETO INÉDITO
Barra Velha lança catálogo ilustrado do Parque Caminho do Peabiru
Natureza, cultura e história: uma viagem pelas paisagens e segredos do parque
Ana Zigart [editores@diarinho.com.br]
Barra Velha acaba de ganhar um motivo especial para celebrar sua história e biodiversidade: o lançamento do catálogo ilustrado do Parque Natural Municipal Caminho do Peabiru. A iniciativa inédita é um convite para descobrir as paisagens, os segredos e a história desse importante patrimônio natural e cultural.
Com 1600 exemplares distribuídos gratuitamente à comunidade e uma versão digital acessível no blog oficial do projeto, o catálogo traz imagens impressionantes, mapas detalhados e textos ricamente pesquisados. Voltado para visitantes, estudantes e turistas, o material apresenta o parque como um verdadeiro refúgio da mata atlântica em meio à região urbana de Barra Velha.
Criado em 2007, o Parque Caminho do Peabiru ocupa uma área de 121 hectares e preserva fragmentos importantes da floresta ombrófila densa e da restinga arbórea, protegendo a biodiversidade local. Além de abrigar espécies nativas da fauna e flora, o espaço promove educação ambiental, turismo ecológico e pesquisas científicas.
Um caminho cheio de histórias
O nome “Caminho do Peabiru” remonta a uma antiga trilha usada pelos povos indígenas, ligando o oceano Atlântico ao Pacífico. Os pesquisadores acreditam que o caminho atravessava Barra Velha e servia tanto para trocas comerciais entre povos quanto para a busca pela lendária “Terra Sem Mal”, um lugar sagrado na crença guarani.
As histórias do parque vão além dos tempos indígenas. Na década de 1950, a área pertenceu ao empresário Alonso Braga, que, segundo memórias locais, costumava levar sua neta, a renomada atriz Sonia Braga, para visitar a região.
Anos depois, as terras foram compradas pelo ufólogo americano Walter Siegmeister, que tentou transformar o local em uma comunidade alternativa chamada “Nova Califórnia”, dedicada à agricultura orgânica.
Vestígios dessas histórias ainda podem ser encontrados no parque, como um antigo poço artesiano e marcas de extração de rochas na região do Morrete. A área também abriga espécies culturais como o “Tucum”, cujas fibras eram usadas na pesca artesanal.
Preservação para o futuro
Como unidade de conservação, o parque é uma importante ferramenta para proteger o bioma da mata atlântica e seus serviços ecossistêmicos, como abrigo e alimento para a fauna local.