O ex-ministro e ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, general da reserva Walter Souza Braga Netto, foi preso na manhã deste sábado pela Polícia Federal. Ele é alvo de um inquérito que apura o planejamento de um golpe de estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, em 2023.

Braga Netto foi preso em casa, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, e ficará sob custódia do Exército, na Vila Militar. O mandado de prisão foi emitido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A prisão preventiva foi mantida após audiência de custódia realizada neste sábado, sem previsão de término.

Segundo a Polícia Federal, além da prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos. O general é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro teria financiado ações ilícitas e, de acordo com a Polícia Federal, sua liberdade representa risco à ordem pública, já que ele teria tentado obstruir as investigações sobre a trama golpista no final de 2022.

A defesa de Braga Netto nega as acusações e afirma que irá comprovar a inocência do general e sua não interferência nas investigações.

A operação também incluiu uma medida cautelar contra o ex-assessor de Braga Netto, coronel Flávio Pelegrino, acusado de redigir o documento "Operação 142", que planejava as etapas do golpe de Estado. O manuscrito, encontrado na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, terminava com a frase: “Lula não sobe a rampa”. Pelegrino cumprirá as medidas cautelares em Brasília.

A Polícia Federal ainda indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe.