SANTA CATARINA

Mãe e filhote de elefante-marinho se despedem de SC

A mãe voltou pro mar e deixou filho já visto em outra praia se virando sozinho após fase da amamentação

Caso do primeiro elefante-marinho nascido no Brasil ganhou repercussão nacional (Foto: Janine Laurentino/Projeto Cetáceos)
Caso do primeiro elefante-marinho nascido no Brasil ganhou repercussão nacional (Foto: Janine Laurentino/Projeto Cetáceos)
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A mãe do primeiro filhote de elefante-marinho com registro de nascimento no Brasil deixou a praia do Siriú, em Garopaba, no sul de Santa Catarina, na madrugada de quinta-feira, após os 20 dias do período de amamentação. Enquanto a mamãe voltou para o mar e seguiu seu rumo, cumprindo o ciclo natural da espécie, o filhote continua no estado, mas já foi visto em outra praia de Garopaba no mesmo dia. 

O “bebê” elefante-marinho, apelidado de Siriú pelos pesquisadores e moradores, ganhou bastante peso durante a amamentação, com estimativa de ter entre 100 e 130 quilos. Segundo a bióloga Janine Laurentino, o filhote já está se virando por conta própria. “Nesse momento, o filhote ficará indo de praia em praia, fortalecendo sua musculatura, talvez até já se alimentando de peixes ou lulas”, comentou.

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O monitoramento seguirá, com o objetivo de garantir que o filhote fique tranquilo até pode seguir seu rumo, nadando cerca de três mil quilômetros até a Patagônia argentina, que é a colônia da espécie mais próxima do Brasil. “Para seguir seu ciclo, indo ao grande oceano e chegando em sua colônia, ele precisa realizar a segunda troca de pelagem. No momento, ele está na primeira troca, que coincide com o desmame”, explica.

Antes da grande jornada, o filhote pode ficar no litoral catarinense de um a três meses, em comportamento previsto para a espécie, segundo a bióloga. “Durante suas trocas de praia, ele fica muito cansado, pois ainda é um grande esforço para ele, então é importantíssimo que ele, quando vier à terra, possa descansar sem nenhuma interferência”, ressalta.

Os pesquisadores reforçaram as orientações pra que ninguém chegue perto ou importune o animal, medida importante pra sobrevivência do filhote. O bebê nasceu no dia 11 de outubro, sendo o primeiro registro de nascimento da espécie no Brasil. No início da manhã de quinta-feira, mãe e filhote já não estavam mais na praia do Siriú, onde os dois ficaram por 20 dias, tempo previsto para o período de amamentação.

A diretora de pesquisa do Instituto Australis, Karina Groch, esteve no local por volta das 5h junto com outros pesquisadores. Segundo eles, o filhote nadou até outra praia de Garopaba, onde as equipes do instituto e do LabZoo/Udesc, que atuam no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), se deslocaram para avaliar as condições de saúde do filhote.

Ilustre baby catarinense

A força-tarefa pra cuidar do ilustre morador segue na região. O grupo é formado pelos órgãos ambientais Apa Baleia Franca, ICMBio, Ibama, Instituto Australis, LabZoo/Udesc Projeto Cetáceos, entre outros parceiros e voluntários. De acordo com o analista do Centro de Pesquisa e Conservação dos Mamíferos Aquáticos (ICMBio-CMA), Leandro Ciotti, o comportamento do filhote está próximo ao natural.

“Apesar de não ter nascido em uma colônia reprodutiva, onde normalmente os animais, após as mães partirem ficam nas praias ganhando força, musculatura, aprendendo a nadar. Neste caso, como o filhote está sozinho, o fato dele ter acompanhado a mãe nestas incursões ao mar nos últimos dias, já foi um aprendizado”, comentou.

O elefante-marinho-do-sul é uma espécie que passa boa parte da vida no mar da Antártida, com a maior parte da população vivendo nas ilhas Geórgia do Sul, no sul do Oceano Atlântico. É na península Valdés, na Patagônia argentina, que ficam as colônias reprodutivas da espécie mais próximas da costa brasileira. Os animais que aparecem em Santa Catarina costumam ter vindo dessa região.

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