NA MIRA
Mulher de Nego Di é presa em flagrante com armas de uso restrito das Forças Armadas; há buscas em SC
Casal de influenciadores é investigado por fraudes em rifas eletrônicas
Laura Testoni [lauratestoni16@gmail.com]
Uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) tem como alvo o influenciador digital e ex-BBB Nego Di e a esposa, Gabriela Sousa. Nesta sexta-feira, a equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) gaúcho cumpriu mandados de busca e apreensão no litoral de Santa Catarina, mas os nomes das cidades não foram informados. A mulher do influenciador foi presa.
Nego Di e Gabriela são acusados de lavagem de dinheiro através de rifas virtuais que, segundo o MP, são ilegais. As suspeitas deram o nome à operação: Rifa$. O MP afirma que o casal lavou cerca de R$ 2 milhões e ainda investiga possíveis fraudes nas redes sociais. Prêmios em dinheiro e bens de alto valor não teriam sido entregues aos ganhadores.
O promotor de Justiça Flávio Duarte informou que houve o sequestro de dois carrões de luxo e apreensão de munição e de uma arma sem registro, que seria de uso restrito das Forças Armadas. A arma foi encontrada com a esposa de Nego Di, que foi presa em flagrante. A justiça também autorizou o bloqueio de valores e a indisponibilidade de bens dos investigados e de terceiros com ligações com o casal.
Com apoio da equipe do MP de Santa Catarina, o Gaeco cumpriu buscas para recolher documentos, mídias sociais e celulares.
Os advogados de defesa do casal afirmaram que não tiveram acesso aos autos do inquérito e que a "inocência dos investigados será provada em momento oportuno, conforme o devido processo legal".
Quem é Nego Di?
Nego Di é Dilson Alves da Silva Neto. Antes de participar da edição do reality show Big Brother Brasil 2021, trabalhava como influenciador digital e comediante. Ele foi eliminado no terceiro paredão do programa, com 98,76% dos votos.
Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou que Nego Di apagasse publicações feitas em seu perfil sobre as enchentes no estado gaúcho, classificadas como falsas. Na época, ele alegou que as autoridades estavam impedindo barcos e jet skis de propriedade privada de realizar salvamentos por falta de habilitação dos condutores. Ele também compartilhou imagens de cadáveres boiando que não eram da tragédia no RS, mas de uma inundação no Rio de Janeiro. Se Nego Di não cumprisse a ordem de apagar imediatamente as fake news, receberia multa de R$ 100 mil.