O presidente da Sociedade Guarani, Rubem Bado, desmentiu informações de que o clube teria desistido das negociações da área para implantação do futuro Parque Linear da Lagoa do Cassino. O parque será no ribeirão da lagoa e pega parte de área de propriedade da sede recreativa do clube na Praia Brava.
“O clube Guarani em nenhum momento desistiu das negociações junto à prefeitura, somente foi diminuído o ritmo por conta do final de ano e temporada de verão”, explicou Bado. “Continuamos ...
“O clube Guarani em nenhum momento desistiu das negociações junto à prefeitura, somente foi diminuído o ritmo por conta do final de ano e temporada de verão”, explicou Bado. “Continuamos negociando, e o clube tem todo o interesse em ajudar a prefeitura a estruturar uma unidade de conservação ambiental na região”, afirma.
A decisão da diretoria e do conselho do clube precisará ser respaldada pela assembleia geral dos sócios.
O secretário de Urbanismo de Itajaí, Rodrigo Lamim, confirma que a negociação continua. Ele lembrou diversas conversas já feitas, inclusive com sugestões para o Plano Diretor e proposta de doação do terreno pro parque. “As conversas são boas. A gente espera que, com o Plano Diretor novo, se consiga concretizar, até porque nós temos um compromisso firmado na justiça de implantação daquele parque linear, que vai ser um presente também para Itajaí, para a região e para todo mundo que frequenta a Praia Brava”, comentou.
Segundo o secretário, não houve nenhuma negativa da Sociedade Guarani que travasse a negociação. “Na última conversa que tivemos, nós tínhamos até uma proposta de minuta para iniciar esse acordo de doação das áreas”, disse. “Claro que é um clube, muda a diretoria, muda o presidente, mas estamos na expectativa que a gente firme o acordo e que o Plano Diretor venha ajudar”, completou.
APA Orla de Itajaí
A construção do parque é prevista dentro do decreto que criou a Área de Proteção Ambiental (APA) Orla de Itajaí. O decreto foi publicado em agosto de 2023, após ordem judicial, abrangendo as praias do Atalaia, Cabeçudas, Canto do Morcego e o Ribeirão do Cassino da Lagoa.
A medida busca preservar a área, prevendo o uso sustentável. As regras de ocupação ainda serão definidas no plano de manejo da APA.
O coordenador técnico da revisão do Plano Diretor, arquiteto Dalmo Vieira Filho, afirma que as áreas para os parques da orla estão garantidas no projeto de lei. Ele observa que não houve nenhuma contestação ou emenda contrária à proposta.
“O que há são pequenas propostas que até otimizam, do ponto de vista de recursos de outorga ou de relações de construções ali com a área, mas eu acho que essa proposta, tanto no colégio de delegados quanto já na interface com a sociedade, passou incólume nas emendas e agora caminha para a reta final”, disse.
O projeto do Plano Diretor segue em andamento na Câmara, mas enfrenta questionamentos do Ministério Público. Na sexta-feira passada, a promotoria pediu a suspensão do trâmite à justiça, apontando irregularidades na condução do processo de revisão pela prefeitura desde 2018. A ação ainda aguarda decisão judicial.