Instituição atende crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A casa atende 60 pessoas e tem custos fixos de R$ 60 mil por mês
(foto: divulgação)
Instituição atende crianças de zero a 18 anos (Foto: Divulgação Casa Biel)
A Casa Biel, de Itajaí, é uma instituição de acolhimento e suporte às crianças e adolescentes com câncer e às respectivas famílias, e inicia 2024 fazendo a diferença na vida de 60 pessoas entre atendimento dia e internações. Os custos fixos para a manutenção dos programas da instituição somam uma média de R$ 60 mil por mês e os recursos repassados pelo Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fundica) não cobrem nem a metade das despesas.
Para garantir o pleno funcionamento, os dirigentes buscam doações da comunidade e empresas e também realizam uma série de atividades para conseguir dinheiro: pedágios, rifas, venda de ...
Para garantir o pleno funcionamento, os dirigentes buscam doações da comunidade e empresas e também realizam uma série de atividades para conseguir dinheiro: pedágios, rifas, venda de camisetas, almoços e outras ações. “Atendemos pessoas de toda a região da Amfri e também de outros municípios, porque não existem instituições nesse formato no estado, o que faz com que tenhamos bastante procura”, explica a idealizadora e coordenadora do projeto, Andréa Coelho.
Os programas de apoio oferecidos pela Casa Biel envolvem atendimento psicológico, alimentação, hospedagem para pessoas de outras cidades que fazem acompanhamento oncológico no Hospital Pequeno Anjo, suporte escolar, aulas de musicalização e dança, além de atendimentos de nutricionista, fonoaudióloga e fisioterapeutas, prestados por um quadro multidisciplinar formado por profissionais contratados e voluntários. Evaldo Coelho Júnior, presidente da Associação Gabriel Costa Coelho, mantenedora da Casa Biel, diz que qualquer auxílio é muito bem aceito.
Entre as ações da instituição estão o auxílio às famílias com alimentação, medicamentos, encaminhamentos médicos, além de ações educativas e de conscientização. “Pode ser com a doação de alimentos, recursos financeiros, ou com participação nos pedágios, nas atividades da casa ou em ações pontuais”, explica Júnior. Quem quiser ajudar a entidade o contato é o celular/WhatsApp (47) 99914-4995 e, para pix, a chave é o CNPJ 41.760.507/0001-20.
Mães se unem na dificuldade
Camila e seu filho Gabriel, de 15 anos, conheceram a Casa Biel em agosto do ano passado. O garoto foi diagnosticado com um câncer agressivo na mandíbula, passou por uma cirurgia e desde então recebe acompanhamento na instituição.
“A Casa Biel é carinho, é amor, acolhimento, é família. A partir do momento que começamos a conviver com os profissionais da casa e com as outras famílias, criamos novos laços”, conta.
Já o filho de Gabriela foi diagnosticado com leucemia com um ano e nove meses e desde junho de 2022 o garoto é atendido pela equipe multidisciplinar da instituição. Além da leucemia ele é autista e estava começando a falar quando começou o tratamento quimioterápico.
“A agressividade do tratamento fez com que ele parasse de se comunicar e foi essa necessidade do acompanhamento da fonoaudióloga que nos trouxe para a Casa Biel”, conta. Gabriela diz que foi uma longa trajetória desde o início do tratamento. “Hoje ele está com quatro anos, fala muito, brinca e interage. Evoluiu muito nesses dois anos em que estamos aqui.” Joaquim, de 14 anos, é acompanhado pelos profissionais da instituição há um ano e meio e a mãe Talita conheceu a casa ao conversar com outras mães acolhidas. “Ele faz o tratamento no hospital infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. O hospital te dá o apoio enquanto a criança está internada, embora o acompanhamento seja eventual.
Agora, esse trabalho contínuo que temos aqui, só em clínicas particulares”, diz. Assim como as outras famílias que utilizam a instituição, Camila, Gabriela e Talita contam que não encontraram nos hospitais onde os filhos recebem tratamento o acompanhamento multidisciplinar da Casa Biel. Elas contam que jamais teriam condições de pagar por esse acompanhamento em clínicas particulares. Outro ponto em comum em praticamente todas as famílias que procuram a casa é que os atendimentos, principalmente psicológico, é estendido a outros membros da família.
Legado de Biel
Gabriel Costa Filho, o Biel, começou a apresentar os sintomas de leucemia aos 12 anos: muitas dores nas pernas, cansaço excessivo, apatia, e febre. A família estranhou o comportamento do menino, que frequentava a escolinha do Marcílio Dias, tocava bateria e ia à escola como qualquer outro garoto da sua idade. Os pais, Andréa e Júnior, assim como os primeiros médicos que o atenderam, não imaginavam que esses já eram os primeiros sintomas da doença. Foi um pediatra plantonista do Hospital Pequeno Anjo que diagnosticou o câncer ao atender Biel em uma crise. Devido à gravidade do caso, o garoto foi direcionado para o hospital infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, onde passou por um rígido protocolo de quimioterapia, teve sérias complicações, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e longo período de coma. Também foi em Florianópolis que o corpo clínico que o atendia cogitou a possibilidade de um transplante de medula, o que acabou acontecendo em São Paulo, cerca de quatro anos após o diagnóstico, devido à grande dificuldade de se achar um doador compatível. Para conseguir aumentar as possibilidades de obter um doador compatível, a família criou a campanha “Força Biel”, que ganhou vulto com o apoio da imprensa nacional, de pessoas dos meios esportivo e artístico. Biel se curou da leucemia, mas acabou falecendo 50 dias depois em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, aos 16 anos.
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