Quando se aproximam os meses que antecedem as eleições, um bando de pré-candidatos a vereador surge se fazendo de salvadores da pátria. Prometem projetos mirabolantes para resolver os problemas que afligem os munícipes. Durante a campanha, batem de porta em porta, apertam mãos e pedem votos dizendo que serão a voz do povo na tribuna da Câmara.
 
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Eleitos, muitos esquecem rapidamente os compromissos e, pior ainda, a verdade que juraram defender. No ato da posse, prometem honrar o mandato e trabalhar pelo bem da comunidade. Mas basta o prefeito assumir a cadeira do Executivo para que se forme uma fila de vereadores na antessala do gabinete, prontos para trocar a função parlamentar por um cargo de secretário municipal.
Essa prática é um desrespeito gravíssimo com os eleitores que confiaram seus votos em representantes cuja missão é propor, avaliar e aprovar leis que beneficiem a cidade, além de fiscalizar as ações do Executivo. Mas, ao que tudo indica, muitos desses vereadores não estão nem aí para seus eleitores.
Pior ainda: passam a ocupar cargos técnicos que deveriam ser preenchidos por pessoas com capacidade e conhecimento para comandar as secretarias, desenvolver projetos e executar políticas públicas. Em vez disso, temos políticos travestidos de gestores, que priorizam interesses próprios e já estão de olho na próxima eleição.
O prefeito, por sua vez, também tem culpa nesse troca-troca de cadeiras. Seja por pressão política ou para garantir apoio na Câmara, cede a barganhas que mantêm o município travado. Essa dança das cadeiras vira uma novela interminável, em que os cargos de confiança são usados como moedas de troca.
Enquanto isso, a cidade vai se arrastando. Obras paradas, projetos inacabados, falta de continuidade nas políticas públicas. Itajaí — e tantas outras cidades — segue “virada no alho”, como diria o saudoso Dalmo Vieira. Lamentável!