Santa Catarina
Cantora denuncia racismo em show
Ministério Público alegou que faltam provas do relato
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Uma discussão num bar no centro de São Francisco do Sul, resultou em denúncia de injúria entre a dona do estabelecimento, uma cliente, uma cantora de Itajaí e duas vizinhas. A cantora de Itajaí Carina França, conhecida como “Negra Lin”, alega que os xingamentos foram de cunho racial e pede reavaliação do caso pela justiça.
Carina alega que R. e L., mãe e filha, fizeram xingamentos racistas contra ela. As acusadas rebatem, dizendo que a cantora fez xingamentos de cunho religioso. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a dona do bar e as vizinhas já teriam brigas antigas.
Em uma audiência on-line realizada em 20 de julho, o Ministério Público sugeriu um acordo no valor de R$ 1212. As acusadas aceitaram a proposta, mas Carina recusou. A dona do bar e a cliente não compareceram à audiência.
De acordo com a assessoria do MP, a questão foi avaliada no dia 26 de julho e foi descartada a possibilidade da injúria racial por falta de testemunhas. “Foram ouvidas cinco pessoas e apenas a cantora falou que foi xingada de ‘negra vagabunda’, situação que não foi confirmada por mais ninguém, nem mesmo pelas pessoas que confirmaram que ela foi realmente xingada”, relata a assessoria do MP.
Carina insiste que havia testemunhas, mas que não foram ouvidas na audiência. “Pedimos a alteração na tipificação do processo pelo MP, mas não foi acolhido e agora está pendente a decisão do juiz. Estamos esperando a manifestação. Havia testemunha do fato, que sequer foi ouvida”, defende o advogado de Carina.
“Os xingamentos claramente continham elementos relacionados à minha cor. Situação lamentável, que no Brasil acontece todos os dias com a população pobre e negra”, desabafou a cantora em relato ao DIARINHO.