SANTA CATARINA
UFSC vai apurar denúncia de agressão a membros do MBL
Ativista denunciou que foi espancado por “militantes de esquerda”
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A denúncia de agressão ao ativista João Bettega, membro do Movimento Brasil Livre (MBL), que foi espancado por um grupo de pessoas dentro da UFSC na tarde de quinta-feira, será apurada pela universidade. A vítima e outros integrantes do MBL teriam entrado na UFSC pra, segundo eles, fazer uma “fiscalização” e apagar pichações de cunho político em paredes da instituição.
Em vídeo nas redes sociais, Bettega disse que sofreu uma “tentativa de homicídio” de agressores que seriam “esquerdistas”. Ele aparece na filmagem com o rosto machucado, dizendo ter levado socos, cotoveladas e até coronhadas do grupo que seria de ao menos cinco pessoas. Na pancadaria, ele teria ficado desacordado e teve que ser hospitalizado. Outros membros do MBL também teriam sido agredidos. As vítimas registraram boletins de ocorrência.
Em nota, a UFSC diz que repudia “qualquer ato de violência em suas dependências, contra qualquer pessoa”. Segundo a instituição, a Secretaria de Segurança Institucional está à disposição pra atender os envolvidos no episódio. A UFSC esclareceu que ainda “está tomando ciência” do acontecido pra avaliar as “medidas cabíveis”, mas adiantou que os ativistas entraram no campus sem autorização.
“Inicialmente, sabe-se que houve acesso e intervenções não autorizadas pela instituição no prédio do Centro de Convivência, edificação que está parcialmente inoperante e que tem áreas sem condições de uso. A situação atual do prédio é reflexo da falta de repasse de verbas nos últimos anos”, destacou o comunicado.
Segundo a UFSC, já há recursos reservados no orçamento de 2023 para iniciar a reforma do prédio. “Cabe destacar que a universidade condena a ação de grupos organizados, externos à instituição, que promovem invasões a espaços educacionais e atitudes que claramente expressam o desconhecimento da realidade institucional, maculando a imagem da UFSC”, completou.
Em nota, o MBL afirmou que seus integrantes foram vítimas de uma “emboscada” quando chegaram ao local pra repintar a parede. “Foi uma agressão bem feia, uma agressão política dentro da universidade. No caso do Bettega, se tratou de uma tentativa de homicídio. Já identificamos cinco deles, que irão enfrentar as consequências. Não vão ficar impunes”, declarou na nota.
Grupo tem projeto pra repintar pichações de “esquerdistas”
A “fiscalização” do MBL integra um projeto contra atos de vandalismo em bens públicos praticados por ativistas de esquerda em universidades públicas. Na semana passada, o grupo fez uma ação de repintura em paredes da UFRGS. Na quarta-feira, o trabalho ocorreu na UFSC, pra cobrir pichações “esquerdistas” nas paredes do Centro de Convivência. Depois, porém, o local teria sido novamente pichado, com frases contra o MBL.
Candidato a deputado estadual no Paraná pelo Novo nas eleições do ano passado, João Bettega já tem condenação na Justiça. Em maio, ele foi obrigado a retirar do ar um vídeo em que fazia perguntas de cunho político para um adolescente autista de 16 anos, ridicularizando o rapaz. A postagem ainda gerou ataques e comentários preconceituosos e pejorativos contra o adolescente.